LAVA JATO: Ministro Aragão pode responder processo por ameaça aos investigadores da operação

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REPÓRTER: Os delegados de Polícia Federal repudiaram a declaração do ministro da Justiça, Eugênio Aragão, da qual ele afirma que diante de “qualquer cheiro de vazamento de informações” sobre os investigados da operação Lava Jato, vai mudar a equipe de investigação e que não precisa de provas do suposto vazamento para a troca. As declarações de Eugênio Aragão foram publicadas pelo jornal Folha de S. Paulo, no último sábado. Nesta segunda-feira, o presidente da Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal, Doutor Carlos Eduardo Sobral, afirmou que se o ministro insistir em trocar os investigadores da Lava Jato ou o diretor Geral da PF, Leandro Daiello, sem provas de má conduta, a decisão será questionada na Justiça.
 
 SONORA: presidente da ADPF, Doutor Carlos Eduardo Sobral
 
“Nós podemos entrar com Mandato de Segurança preventivo, podemos entrar com ações em caso de afastamento ilegal. Nós estamos analisando nosso jurídico para já preparar as medidas cabíveis para evitar que arbitrariedade e abusos comprometam as nossas investigações.”    
 
REPÓRTER: As declarações do ministro da Justiça foram publicadas logo após a liberação das gravações telefônicas do ex-presidente Lula, pela Justiça Federal no Paraná. Em um trecho dos áudios, Lula pede ao ex-ministro da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência, Paulo Vannuchi, que pressione o “amigo” ministro da Justiça, Eugênio Aragão, para interferir no trabalho da Polícia Federal. Para o presidente da ADPF, Carlos Eduardo Sobral, o pedido de Lula demonstra claramente que há um movimento para atrapalhar as investigações da Lava Jato, no governo.
 
SONORA: presidente da ADPF, Doutor Carlos Eduardo Sobral
 
“Nós temos sinais evidentes de que há movimentos para destituir nosso diretor Geral. O nosso diretor Geral, hoje, não tem mandato. A autonomia da Polícia Federal, hoje, é mais uma vontade, uma decisão do que algo constitucional, algo legal. Por isso, é que nós estamos defendendo a mudança da Constituição para que através da PEC 412, a PEC da autonomia, nós não tenhamos riscos de interferências em nossas atividades.”
 
REPÓRTER: Diante da crise institucional que as declarações do ministro da Justiça causaram, o ministério publicou nota afirmando confiança no trabalho do diretor Geral da Polícia Federal. Ainda nesta segunda-feira, a Polícia Federal deflagrou a vigésima quinta fase da Lava Jato. Desta vez, em Portugal. O operador Raul Schmidt Felippe Júnior foi preso preventivamente, em Lisboa. Ele é acusado de pagar propina para os ex-diretores da Petrobras Renato Duque, Jorge Zelada e Nestor Cerveró, que já foram presos pelos delegados da Polícia Federal. Saiba mais em adpf.org.br
 

 

Reportagem, Cristiano Carlos

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