Janot abre investigação contra delatores da JBS e ameaça cancelar acordo de colaboração premiada

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O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, determinou a abertura de investigação para apurar indícios de omissão de informações de práticas de crimes no acordo de delação premiada feito pelos executivos do grupo J&F, controlador do frigorífico JBS/Friboi. A informação foi divulgada, nesta segunda-feira (4) através de um pronunciamento convocado as pressas pela Procuradoria Geral.
 
De acordo com Janot, os investigadores obtiveram na quinta-feira (31) da última semana, novas gravações de áudio, que segundo o procurador geral tem conteúdo “gravíssimo”. A análise da gravação revelou diálogo entre dois colaboradores com referências indevidas à PGR e ao Supremo Tribunal Federal. Diante desse novo cenário, Rodrigo Janot afirmou que a delação dos executivos da JBS pode, inclusive, ser cancelada.

"Se ficar provada qualquer ilicitude, o acordo de colaboração premiada será ser rescindido, poderá chegar até a rescisão. A eventual rescisão não invalida, repito, não invalida as provas até então oferecidas"

Janot disse, que conforme a Lei que disciplina a delação premiada, se a culpa do colaborador ensejar a rescisão do acordo, ele perde todos ou alguns dos benefícios, mas o Estado pode aproveitar e utilizar todas as provas em processos.

Na gravação obtida pela PGR há relato de conduta, em tese, criminosa por parte do ex-procurador da República Marcelo Müller, que foi auxiliar próximo de Rodrigo Janot, durante três anos.

De Brasília, João Paulo Machado

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