HPV: Vírus atinge oito em cada dez mulheres; vacina contra vírus é aplicada nos postos de saúde de todo país

Dados do Instituto Nacional do Câncer indicam que oito em cada dez mulheres são infectadas em todo mundo com o HPV, vírus que causa o câncer do colo do útero. 

SalvarSalvar imagem
SalvarSalvar imagem

REPÓRTER: Dados do Instituto Nacional do Câncer indicam que oito em cada dez mulheres são infectadas em todo mundo com o HPV, vírus que causa o câncer do colo do útero. No Brasil, ainda de acordo com Inca, são esperados para este ano, 15 novos casos para um grupo de 100 mil mulheres. A região norte concentra um número de 23 casos para 100 mil mulheres. No estado do Pará, por exemplo, cerca de mil mulheres devem ser diagnosticadas com câncer no útero somente em 2015. Para o médico, Olímpio Ferreira de Almeida, ginecologista oncológico do Inca, isso acontece por falta de informação sobre os riscos da doença, além de infraestrutura para atender as comunidades ribeirinhas. Ele lembra que as meninas só estão protegidas após tomarem as três doses.

SONORA: Olímpio Ferreira de Almeida, oncologista
“A paciente que toma a vacina regularmente, veja bem, não é só a primeira dose, tem que tomar todas as doses, porque se tomar apenas uma dose, não vai fazer o efeito esperado. Mas se tomar todas as três doses recomendadas você já reduz 70 por cento dos casos. Eu costumo dizer o seguinte: que a paciente que é informada, sobre a evolução de colo, só vai ter câncer aquela que quiser.”          
REPÓRTER: A vacina contra o HPV foi criada em 2006 e já tem mais de 170 milhões de doses aplicadas em países da Europa e América do Norte. Na Austrália, onde a vacina foi criada, a redução de mulheres com câncer do colo do útero caiu 90 por cento depois que as jovens foram imunizadas. Desde março de 2014, meninas entre 11 e 13 anos estão sendo vacinadas contra o vírus em todo país. O tratamento é feito em três etapas: a segunda dose é aplicada seis meses após a primeira, e a terceira, cinco anos após a primeira vacina.A coordenadora de imunização do município de Icatu, no estado do Maranhão, Bianca Lima, acompanha de perto a segunda fase de vacinação contra o HPV. Ela alerta para o aumento da doença em mulheres mais novas.
 
SONORA: Bianca Lima, coordenadora de imunização
 
Eu tenho um caso bem específico que é de uma menina de 26 anos, ela está com câncer do colo do útero em estágio final já, a gente não tem muito o que fazer por ela, então, é uma doença que vem acometendo cada vez mais jovens, antigamente a faixa etária era mais mediana, 40, 50 anos. Já pensou se ela tivesse tomado a vacina, se ela tivesse essa oportunidade 13 anos atrás, ela estava livre, ela estava imune disso. Então, atingir uma pessoa de 26 anos a gente vê que repercussão está tendo essa doença nas mulheres.”
 
REPÓRTER: O papiloma vírus humano, com é conhecido o HPV, pode se desenvolver em mais 100 tipos de vírus. A maior parte não apresenta sintomas e regride com o tempo. Porém, 13 bactérias podem evoluir para o câncer, em especial a 16 e a 18. A doença é transmitida principalmente pela relação sexual, e em casos raros pelo simples aperto de mão ou até mesmo na hora do parto, basta o contato com a pele infectada. Além da vacina, a prevenção contra o HPV pode ser feita com a realização do exame Papanicolau pelas mulheres em idade adulta. Já no mês de janeiro as meninas a partir dos nove anos de idade devem receber a primeira dose da vacina, os pais devem acompanhar as filhas até um posto de saúde mais próximo para começar o tratamento.
 
Reportagem, Rodrigo Santos 

Receba nossos conteúdos em primeira mão.