HPV: Tire suas dúvidas sobre a vacinação contra vírus e sobre sua relação com o câncer do colo do útero (parte 1)

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TEC: Trilha (BG).
 
LOC: O Ministério da Saúde está promovendo mobilização nacional para incentivar mães, pais e responsáveis a levarem as meninas de 9 a 11 anos para tomar a segunda dose da vacina contra o Papiloma Vírus Humano, HPV. A infecção por esse vírus é responsável por 70% dos casos de câncer do colo do útero, segundo o Ministério. As doses da vacina estão incluídas no Calendário Nacional de Vacinação e disponíveis nas Unidades Básicas de Saúde do SUS e escolas parceiras de todo o País. E para falar sobre a campanha, conversamos com o Secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Antônio Carlos Nardi. Secretário, como funciona a logística da campanha?
 
TEC: Secretário de Vigilância em Saúde, do Ministério da Saúde, Antônio Nardi
 
“Os estados fazem a distribuição das doses da vacina para os municípios e, aos municípios, compete fazer o esquema que melhor dê a cobertura. Neste caso, nós estamos propondo aos secretários municipais de saúde de todo o Brasil que também passem a fazer as vacinas nas escolas, que é o meio mais direto de nós conseguirmos contato com essas meninas nesta faixa etária de idade escolar.”
 
LOC: Para tomar a vacina contra o HPV é necessário que a menina tenha a autorização médica? Ou seja, que tenha necessidade de apresentar algum tipo de receita?
 
TEC: Secretário de Vigilância em Saúde, do Ministério da Saúde, Antônio Nardi
 
“Nenhuma autorização. É necessário que o pai, a mãe ou o responsável a traga a Unidade Básica de Saúde e ela inicie o quanto antes o seu esquema vacinal, tenha a garantia, e quando chegar à vida adulta venha agradecer esses pais ou responsáveis o amor, mas principalmente a responsabilidade de tê-las trazido para iniciar o esquema e estarem livres de contrair o câncer do colo do útero que é causado pelo vírus HPV.”
 
LOC: Secretário, a menina que tem 13 anos de idade hoje e ainda não tomou nenhuma das doses da vacina contra o HPV, ela pode começar a se imunizar?
 
TEC: Secretário de Vigilância em Saúde, do Ministério da Saúde, Antônio Nardi
 
“Ela pode começar o esquema pela Rede Pública, inclusive, porque essa vacina foi inserida pela presidenta Dilma no ano passado no calendário do Programa Nacional de Imunização e, somente para meninas de 11 a 13 anos. Este ano é que nós estendemos a faixa etária para 09 a 11. Portanto, todas as meninas de 9 a 13 anos podem tanto iniciar o esquema vacinal ou complementar a segunda dose da vacina.”
 
LOC: Secretário, a menina é obrigada a apresentar o cartão de vacinação para tomar a vacina?
 
TEC: Secretário de Vigilância em Saúde, do Ministério da Saúde, Antônio Nardi
 
“Ela não tem a necessidade de apresentar como obrigatoriedade. A carteira de vacina é o documento sanitário do Brasileiro, independentemente da sua faixa etária. Desta maneira, a carteira de vacina em dia é o documento de segurança sanitária e de saúde que todo cidadão brasileiro, inclusive as nossas meninas de 9 a 13 anos para poder receber e ter como documento. Os pais que perderam esse documento, o ideal é levar a sua filha aonde ele recebeu a primeira dose contra o HPV, porque lá tem o registro dessa vacina e ela receberá a segunda via do seu cartão de vacina e poder também ter todas as marcações anotadas de todo esquema vacinal da vida toda.”
 
TEC: Sobe e Desce BG.
 
LOC: Segundo o Ministério da Saúde, a vacina disponibilizada nas Unidades Básicas de Saúde do SUS confere proteção contra quatro subtipos do vírus HPV mais perigosos e tem 98% de eficácia em quem segue corretamente o esquema vacinal. E para falar sobre isso, a presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações, Isabella Ballalai. Doutora, como a vacina contra o HPV age?
 
TEC: presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações, Isabella Ballalai
 

“A vacina contra o HPV é disponível desde 2007, no mundo inteiro. Existem duas vacinas, no Brasil. Uma que protege das doenças causadas pelos 6, 11 e 18 que são tipos de HPV, que é a vacina disponível na rede pública. Portanto, protege do câncer do colo do útero e das verrugas   genitais. E a outra vacina é a que protege dos tipos 16 e 18 do HPV. Portanto, uma vacina que protege do câncer do colo do útero.”

 
LOC: Doutora Isabela, a vacina pode ocasionar alguma reação adversa grave?
 
TEC: presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações, Isabella Ballalai
 
Qualquer medicamento, qualquer vacina, pode causar eventos adversos. Felizmente, as vacinas causam muito pouco evento adverso até mesmo se comparada com muitos medicamentos que são necessários para tratar as pessoas. Então, eventos adversos podem acontecer, mas na prática, mais de nove anos, desde 2007, essa vacina está sendo aplicada – na rede pública, é recente –, mas enfim, no Brasil inclusive nas clinicas privadas desde 2007 em outros programas de imunização públicos no mundo inteiro, mais de 200 milhões de doses aplicadas no mundo inteiro, aqui no Brasil já foram mais de 10 milhões. E o que a gente tem é o que os estudos clínicos mostraram, os eventos adversos que eu posso dizer mais comuns, que fica em torno de 10 a 20% da população vacinada vai apresentar, são os eventos locais, dor, vermelhidão, pode ficar inchado o braço, enfim, isso é o que a gente vê na prática. ”
 
LOC: O Papiloma Vírus Humano, HPV, é sexualmente transmissível. Então, porque vacinar jovens que ainda estão muito longe de iniciar a vida sexual?
 
“A vacina é mais eficiente nessas meninas que não iniciaram a vida sexual, por conta destas meninas poderem nunca ter se infectado pelo vírus HPV. As jovens que iniciaram a vida sexual elas tem um grande chance de já terem se infectado, aquela de “é melhor prevenir do que remediar”, claro que, o melhor é prevenir muito antes de você ser infectada, porque a infecção acontece precocemente e a gente tem dados na literatura em que meninas com um ano de atividade sexual com um único parceiro, mais de 20% delas apresenta lesão, muito mais do que isso já apresenta a infecção, então vacinar antes de iniciar a vida sexual, com certeza vai trazer um benefício muito maior, essa menina nunca vai passar por uma situação de infecção pelo HPV pelo menos esses que podem ser prevenidos pela vacina.”
 
LOC: A meta do Ministério da saúde é de que até o final do ano, 80% das meninas com idade entre 9 e 11 estejam vacinadas contra o HPV. Se você é mãe, pai ou responsável por menina nesta idade, leve-a a uma Unidade de Saúde e leve junto o cartão de vacinação. A vacina é o único meio de garantir a proteção contra o HPV pelo resto da vida. Obtenha mais informações sobre a vacina contra o câncer do colo do útero e o HPV em uma unidade de saúde mais próxima da sua casa e no portal do Ministério da Saúde na Internet, www.saude.gov.br/hpv.

TEC: Encerra trilha (BG).
 
 

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