HPV: Adolescentes de 11 a 13 anos devem tomar a segunda dose da vacina em todo país

A segunda fase da campanha contra o HPV no Brasil já está no quarto mês e mais de três mil e 700 municípios ainda não bateram a meta de vacinação estipulada pelo Ministério da Saúde.

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REPÓRTER: A segunda fase da campanha contra o HPV no Brasil já está no quarto mês e mais de três mil e 700 municípios ainda não bateram a meta de vacinação estipulada pelo Ministério da Saúde. A determinação é que pelo menos 75 por cento das jovens entre 11 a 13 anos estivessem vacinadas até o fim de 2014 e segundo dados do próprio ministério aproximadamente 130 municípios não chegaram nem a 25 por cento de meninas imunizadas. A vacina contra o HPV é a principal forma de prevenção para o câncer do colo do útero. A doença é a quarta causa de morte mais frequente entre as mulheres no Brasil, segundo o Instituto Nacional do Câncer, que prevê mais de 15 mil e 500 novos casos da doença  em 2015 em todo país. Os motivos para o baixo índice de vacinação tem se diversificado em cada município. No município amazonense de Humaitá, por exemplo, a meta não foi cumprida devido a enchentes que atrapalharam o calendário de vacinação, como explica a coordenadora do Plano Nacional de Imunização do município, Lunalva Morais França
 
SONORA: Coordenadora do PNI em Humaitá-AM, Lunalva Morais França
“Humaitá não conseguiu atingir a meta por causa das enchentes em que as escolas serviram de abrigo. A maioria do pessoal, das adolescentes na idade da vacina, elas não estavam estudando, ai ficava um pouco complicado, mas assim que retornou a gente fez campanha e a gente está conseguindo fazer a cobertura total.”  
 
REPÓRTER: Já em Cristalina no estado de Goiás, de acordo a coordenadora da vigilância epidemiológica, Neusa de Souza Reis Bacelar, a vacinação da segunda dose não alcançou a meta por questões culturais. Segundo a profissional, os pais estavam relacionando a vacina com o inicio da vida sexual das garotas.
 
SONORA: Coordenadora da Vig. Ep. Em Cristalina-GO, Neusa de Souza Reis Bacelar
“Um dos problemas que nós estamos enfrentando é que certos pais devido ao sistema que foram criados, rígidos têm essa dificuldade em querer deixar que as suas filhas tomem essa vacina. O certo é tomar justamente antes de iniciar a fase sexual, para que a hora que chegar o momento exato dessa fase sexual essas adolescentes já estejam imunizadas. Então, a gente tenta passar para os pais que esse é o objetivo e não quer dizer que esteja incentivando a sexualidade da adolescente.”
 
REPÓRTER: Segundo dados do Ministério da Saúde, o Brasil registra aproximadamente 137 mil novos casos de infecção por HPV a cada ano. Os sintomas do vírus em mulheres vão desde corrimentos vaginais até verrugas de tamanhos variados e ardor na região genital. A vacina contra o vírus HPV é distribuída em um esquema de três doses para adolescentes que ainda não iniciaram a vida sexual. Cláudio Maierovitch, diretor de Vigilância das Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde explica que tomar a segunda e terceira dose da vacina é tão importante quanto tomar a primeira dose.
 
SONORA: Diretor de Vigilância das Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde, Cláudio Maierovitch
"A imunização ela é dada por uma vacina oferecida em três doses, e as três doses são importantes. Então ela é iniciada em meninas aos onze anos de idade. Nós estamos iniciando com meninas de onze a treze anos de idade justamente para alcançar aquelas que já completaram onze anos há mais tempo. Então neste momento da introdução da vacina, isso é um calendário um pouco estendido, porque no futuro nós manteremos apenas a primeira dose aos onze anos de idade. Depois de tomar a primeira dose, ela recebe uma segunda dose de reforço. A dose única ela não é eficaz para produzir a proteção contra o HPV, por isso as duas doses, e uma terceira dose cinco anos depois."
 
REPÓRTER: A vacina utilizada no Brasil já foi testada e utilizada em campanhas contra o HPV em outros países. O secretário de vigilância de saúde do Ministério da Saúde, Jarbas Barbosa lembra que mesmo segura, a vacina pode trazer pequenas reações que são comuns como em qualquer medicamento injetável.
 
SONORA: Secretário de vigilância de saúde do Ministério da Saúde, Jarbas Barbosa
“Vale lembrar que essa vacina já é usada em mais de 100 países do mundo. Essa vacina tem mais de 50 milhões de dólares aplicadas na Europa, nos Estados Unidos. É recomendada essa vacina porque é uma vacina eficaz para prevenir o câncer no colo de útero e é uma vacina segura. Nós não tivemos nenhuma reação grave associada a essa vacina no Brasil, como não houve em nenhum lugar do mundo. Há reações adversas como qualquer produto injetável, reações alérgicas, reações locais e isso é infinitamente menor que os grandes benefícios que essa vacina pode produzir”

REPÓRTER: Nesta segunda fase da campanha contra o vírus HPV, as adolescentes de 11 a 13 anos de idade não precisam estar acompanhadas dos responsáveis para tomar a imunização. Basta ir ao posto de saúde mais próximo de casa com o cartão de vacina ou a carteira de identidade. Quem ainda não tomou a primeira dose também deve ir ao posto de saúde e solicitar a imunização.
 
Reportagem, Henrique Carmo

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