EXCLUSIVO: Fenapef desmente jornal e ADPF garante atuação republicana dos delegados na Lava Jato

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REPÓRTER: Uma matéria publicada no site do jornal Folha de São Paulo, nesta segunda-feira, causou descontentamento entre as entidades que representam as carreiras da Polícia Federal. É que, representantes da Federação Nacional dos Policiais Federais, que fala pelos Agentes, Escrivães e Papiloscopistas, estiveram reunidos com o ministro da Justiça, Eugênio Aragão, para negociar reajustes de salários e tratar do plano de carreira dos Agentes. De acordo com o texto do jornal, a Fenapef havia manifestado em nota que “a eventual resistência do governo em atender os pleitos da entidade pode gerar impactos nas investigações de corrupção relacionadas a lideranças do PT” como a Lava Jato. Ainda de acordo com a matéria da Folha de São Paulo, a suposta nota publicada pelos agentes diz que diante de uma “decisão do Executivo federal de descontentar os policiais federais, analistas da PF, preveem uma onda de revolta da categoria em relação ao PT”. Para a nossa reportagem, o presidente da Fenapef, Luis Boudens, fala com exclusividade, que a nota citada pelo jornal não foi publicada oficialmente pela federação. Ele conta que, em nenhuma hipótese, os policiais federais vão usar as investigações como moeda de troca para negociar salários.
 
SONORA: presidente da Fenapef, Luis Boudens
 
“Nós fizemos uma nota, que está no ar no nosso site, só que antes disso havia sido feitos alguns contatos na imprensa que haveria essa reunião e que sairia essa nota. Uma análise de alguém de fora da polícia foi inserida nessa nota. Lá quando fala analista da PF pensa isto alguém colocou o pensamento de uma análise de fora da PF de que aquilo poderia gerar. Mas jamais é o pensamento da federação. Tanto que na nota oficial nossa não saiu, não tem nenhum teor sobre isso. Nenhum teor nesse sentido de ameaça ao governo”.     
 
REPÓRTER: Em outro trecho da matéria da Folha de São Paulo, o texto menciona que a Fenapef representa “policiais das mais variadas funções como delegados, agentes, escrivães e papiloscopistas”. Em verdade, a entidade que representa os delegados é a Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal, a ADPF, como explica o presidente da entidade, Carlos Eduardo Sobral. Ele reitera que os delegados atuam de forma clara e republicana e não usam as investigações da polícia como forma de retaliação. 
 
SONORA: presidente da ADPF, Carlos Eduardo Sobral
 
“Os delegados de Polícia Federal são os que comandam a Polícia Federal, os que presidem as investigações criminais não são representados pela Fenapef. Na verdade, a Fenapef representa os agentes e de forma alguma os delegados de Polícia Federal permitirão que nossas investigações sejam usadas para qualquer fim que não seja o combate ao crime. E os delegados garantem uma atuação republicana da instituição Polícia Federal. Então, não há a menor hipótese de qualquer direcionamento ou retaliação por qualquer razão”.
 
REPÓRTER: Nesta terça-feira, os delegados de Polícia Federal, representados pela ADPF, eram aguardados no ministério do Planejamento para tratar da recomposição salArial da categoria. Já os agentes de Polícia Federal, representados pela Fenapef, também estão negociando reajustes de salários junto ao ministério do Planejamento.

Reportagem, Cristiano Carlos

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