EDUCAÇÃO: Reforma do ensino deveria começar pela base e não pelo ensino médio, diz especialista

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REPÓRTER:  O governo federal anunciou no final de setembro uma série de mudanças no ensino médio do país, que foram encaminhadas ao Congresso Nacional por meio de uma Medida Provisória. A MP é motivo de debates entre educadores e especialistas, já que determina o aumento da carga horária e a eliminação de algumas disciplinas obrigatórias do currículo. Na avaliação de José Sebastião Filho, diretor na Confederação Nacional dos Estabelecimentos de Ensino, Confenen, uma reforma na educação é necessária, mas não deveria começar pelo ensino médio.
 
SONORA: José Sebastião Filho, diretor na Confenen
“Se de repente a gente só trabalha em cima da reforma do ensino médio... Mas a pessoa, para chegar ao ensino médio, tem que passar pelo ensino infantil, pelo ensino fundamental menor e pelo ensino fundamental maior. Se não houver uma junção de fatores ou uma reforma efetiva desde o início da formação do estudante, a gente vai acabar recortando, fracionando a educação. E aí eu não sei se isso a médio ou longo prazo vai ser tão positivo quanto se pensa”.   
 
REPÓRTER: O governo federal decidiu pela reforma no ensino médio depois do resultado Índice de Desenvolvimento da Educação Básica de 2015, o Ideb. O índice mostrou o fraco desempenho alcançado nos últimos anos, depois de ter nota 3,7. O resultado foi bem abaixo da meta de 4,3 definida pelo Ministério da Educação.
 
Na avaliação de José Sebastião Filho, não basta fazer uma reforma no ensino médio. O diretor da Confenen acredita que a reforma da educação brasileira precisa vir da base.
 
SONORA: José Sebastião Filho, diretor na Confenen
“Eu costumo fazer uma analogia e ela é bem pertinente com relação a essa reforma do ensino médio. Ninguém constrói uma casa do telhado para a fundação. A gente rpecisa construir uma casa, para que ela seja sólida, a gente precisa construir ela com uma fundação segura, sólida e forte e aí sim, a partir dessa fundação, começar a levantar as paredes e assim sucessivamente. Então eu acho que a reforma precisa partir da base e não focar em determinada modalidade de ensino”.
 
REPÓRTER: Ainda de acordo com a Medida Provisória, o currículo do ensino médio será o mesmo em todo o país, definido pela Base Nacional Comum Curricular. A grade também será formada por cinco “itinerários”, com ênfase nas seguintes áreas: linguagens, matemática, ciências da natureza, ciências humanas e formação técnica e profissional.
 

Reportagem, Bruna Goularte

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