EDUCAÇÃO: Proposta para currículo comum nas escolas tem viés ideológico, diz especialista

De acordo com Samuel Lara, novo currículo proposto pelo MEC deixa de fora matérias como revolução industrial e revolução francesa, além de assuntos fundamentais para cultura ocidental como, por exemplo, a origem do cristianismo

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REPÓRTER: A Base Nacional Comum Curricular proposta pelo ministério da Educação já está em fase final de elaboração. Segundo o projeto, 60 por cento do conteúdo da educação básica ensinada por escolas públicas e particulares de todo o país vai ser padronizado. Os outros 40 por cento restantes do currículo vão ser preenchidos com disciplinas que valorizem a regionalidade de cada estado e município. No entanto, a proposta não é unanimidade entre os especialistas. Samuel Lara, presidente da Câmara de Educação Básica, da Confederação Nacional dos Estabelecimentos de Ensino, a Confenen, afirma que o documento do ministério da Educação deixa de fora da proposta curricular, matérias como Revolução Industrial e Revolução Francesa, além de assuntos fundamentais para cultura ocidental como, por exemplo, a origem do Cristianismo. Para Samuel Lara, a proposta do MEC, não é educacional, mas sim, ideológica.
 
SONORA: Samuel Lara, presidente da Câmara de Educação Básica da Confenen
 
Esse é o maior sinal do atraso proposto no novo currículo, como que entenderá a questão da evolução dos países, do desenvolvimento, da própria questão econômica, substituída por questões que não deixam de ser importantes, mas não seriam essenciais. Então, nos estamos vendo a substituição daquilo que realmente fundamenta o conhecimento para uma questão muito mais ideológica. Está eivado de ideologia o projeto proposto pelo MEC.”
 
REPÓRTER: O novo currículo comum também propõem que as escolas debatam com os alunos temas como sustentabilidade, tecnologia, educação financeira, questões dos direitos humanos e diversidade de gênero. Para Samuel Lara, no entanto, a forma como a questão de gênero está imposta no novo currículo caracteriza uma interferência do Estado no papel que cabe aos pais desempenharem como primeiros educadores.
 
 
SONORA: Samuel Lara, presidente da Câmara de Educação Básica da Confenen
 
“E a questão de gênero e o material proposto pelo governo é uma afronta a questão dos princípios e valores das famílias. Esse é um grande questionamento que nos percebemos dentro daquelas famílias que estão com seus filhos nas escolas particulares. O material proposto pelo MEC ele é um material da mais completa insanidade eu diria. Então nos temos muito mais uma questão ideológica, para atender a interesses políticos do que para resolver a questão da educação.”
 
REPÓRTER: A Base Nacional Comum Curricular ainda não está concluída. Qualquer cidadão pode enviar ao ministério da Educação, até o dia 15 de Março, sugestões para as disciplinas e conteúdos que vão fazer parte do novo currículo através do endereço eletrônico www.portal.mec.gov.br.
 
Reportagem, João Paulo Machado

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