EDUCAÇÃO: Greve nas 18 universidades federais continua por tempo indeterminado

Nas universidades De Mato Grosso, Amapá e Tocantins, greve prejudica mais de 40 mil alunos. Grevistas afirmam que governo não quis avançar nas negociações salariais

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REPÓRTER: Professores e técnicos administrativos de várias universidades federais entraram em greve nesta quinta-feira. A paralisação já acontece em 18 universidades de 12 estados brasileiras. Os professores e servidores de instituições de Alagoas, Ceará, Rio de Janeiro, Sergipe e Paraíba entraram em greve por tempo indeterminado. Os técnicos administrativos e os funcionários terceirizados de Pernambuco, Bahia, Goiás, Espírito Santo, Minas Gerais e do Pará também já estão em paralisação.  Já no Mato Grosso, Amapá e Tocantins, mais de 40 mil alunos devem ficar sem aula. O presidente do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior, Paulo Rizzo, explica que o motivo da greve é porque os professores estão insatisfeitos com o rompimento de negociações salariais e trabalhistas do ministério da Educação.
 
SONORA: Paulo Rizzo, presidente da Andes
 
“Nós esperamos que o governo retome as negociações. Nós estamos em um processo de discussão de salário e carreira, mas também sobre as condições de trabalho. Esse ano, já ocorreram dois cortes na verba do ministério da Educação.”
 
REPÓRTER: Segundo o Andes, o primeiro corte foi feito nos três primeiros meses, quando o governo passou apenas 70 por cento do valor combinado para as universidades. E o segundo, de nove milhões de Reais por conta do ajuste fiscal. O ministério da Educação informou por nota no site que tentou negociar com os grevistas, mas eles já estavam com data marcada para o início da greve e não quiseram dialogar. O professor José Carneiro da Universidade Federal do Pará, afirma que o MEC não se importou com o pedido de negociação.
 
SONORA: José Carneiro, professor
“Olha aqui, há um ano atrás, nós temos o protocolo. Protocolamos o pedido de audiência para discutir a nossa pauta e eles não deram a mínima. Aí quando eles sentiram que nós ameaçamos entrar em greve eles vêm com essa nota. O governo age assim infelizmente não é?”
 
REPÓRTER: O estudante Henrique Ramos, tem 19 anos, cursa o 5º período de Engenharia Mecânica na Universidade Federal da Paraíba, uma das universidades que estão em paralisação. Ele teme ter o semestre prejudicado.
 
SONORA: Henrique Ramos, 5º semestre estudante de Engenharia Mecânica
“Acho simplesmente lamentável. Acho que sim, os professores estão protestando por um motivo justo, que o salário está defasado. Mas os que são mais afetados são os de baixo, são os alunos.”
 
REPÓRTER: De acordo com Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior, as greves vão durar por tempo indeterminado. O Sindicato afirma ainda que a paralisação só vai ter fim quando o governo renegociar a situação dos professores e servidores das universidades. O ministério da Educação informou, em nota, que está aberto a negociações.

 

Reportagem, Sara Rodrigues

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