REPÓRTER: Por causa de interrupções no repasse de dinheiro do governo Federal, ao menos 14 por cento das escolas, que fazem parte do programa Mais Educação pararam de ofertar ensino em tempo integral. Os dados são da Fundação Joaquim Nabuco, a Fundaj. De acordo com o instituto, o programa não tem funcionado de forma adequada em 15 estados e no Distrito Federal. Em um índice de avaliação criado pela Fundaj, numa escala de zero a 100, apenas 10 estados tiveram notas entre de 70 a 79, nível que é considerado bom pelos pesquisadores. Roraima teve nota 80 e foi o único estado que teve o programa avaliado como ótimo. Para o especialista em Educação da Universidade de Brasília, Célio da Cunha, educação em tempo integral precisa de investimentos adequados e compromisso por parte do governo com sua implantação. Ele explica que, as escolas devem ter boa infraestrutura e investimentos no plano pedagógico para atender as crianças durante todo o dia.
SONORA: Especialista em Psicologia da Educação, Célio da Cunha
“É claro que a ampliação da permanência da criança na escola, ela por si só, resulta num efeito favorável. Agora, é fundamental o tempo pedagógico. Uma adequada infra-estrutura das escolas, infra-estrutura física, melhores espaços, melhor apoio pedagógico e treinamento dos professores, porque, uma verdadeira educação integral em uma escola de tempo integral, ela demanda uma profunda mudança de mentalidade do corpo docente, um profundo compromisso.”
REPÓRTER: De acordo com o levantamento da Fundaj, pouco mais de 40 por cento dos profissionais, que trabalham com o programa Mais Educação, apontaram falta de espaço nas escolas como a principal dificuldade para desenvolver as atividades do projeto. Além disso, 25 por cento dos gestores acreditam que a falta de profissionais qualificados também está atrapalhando a implantação da educação integral no país. Para saber mais sobre a pesquisa da Fundaj acesse na internet o endereço eletrônico http://www.fundaj.gov.br/
Reportagem, João Paulo Machado
