EDUCAÇÃO: Enem tem segundo recorde de inscritos, mas ainda gera discussões entre especialistas

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REPÓRTER: O Exame Nacional de Ensino Médio, o Enem, teve mais de nove milhões e 200 mil inscritos.  De acordo com o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira, o Inep, o número é o segundo maior desde que o Enem começou a ser aplicado, ficando atrás apenas de 2014, quando nove milhões e 400 mil candidatos se inscreveram para realizar a prova.
 
Embora as notas da prova sejam usadas para selecionar alunos para universidades federais e outras instituições de ensino, o exame não é consenso entre os especialistas em Educação. O professor José Ferreira, que é segundo vice-presidente da Confederação Nacional dos Estabelecimentos de Ensino, Confenen, explica que o Enem precisa ser revisto.
 
SONORA: José Ferreira, segundo vice-presidente da Confenen
Ele se tornou também um elemento de concorrência entre as escolas. Deixou de ser avaliativo para se tornar, além de certificador, um elemento de concorrência – aprovação para vestibular. Então, há necessidade de uma revisão, de uma reavaliação”.
 
REPÓRTER: De acordo com o professor José Ferreira, o fato de o Enem ser usado como instrumento para a entrada em faculdades e universidades descaracteriza a função original do exame. Ele também critica o fato de o Enem servir como certificador, ou seja, as pessoas com mais de 18 anos de idade também podem obter o diploma de ensino médio com as notas do Enem.
 
SONORA: José Ferreira, segundo vice-presidente da Confenen
“A coisa básica é que você pode avaliar que era uma coisa que tinha um objetivo único, que era a avaliação, e depois, além da avaliação, ele é certificador e é seletivo. Ela está sendo usado como seleção no vestibular. Isso ajudou muito o pessoal, agora eu não sei até onde vai a questão da qualidade na universidade com o indivíduo que está entrando pela prova do Enem, que é uma coisa muito relativa”.
 
REPÓRTER: A participação no Enem também é requisito para receber o benefício do Fundo de Financiamento Estudantil, o Fies, para participar do programa Ciência sem Fronteiras, ou ingressar em vagas gratuitas dos cursos técnicos oferecidos pelo Sistema de Seleção Unificada da Educação Profissional e Tecnológica, o Sisutec. 
 

Reportagem, Bruna Goularte

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