EDUCAÇÃO: Confenen considera inviável Ensino integral proposto por reforma do Ensino Médio

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LOC.: Entre as alterações promovidas pela Reforma do Ensino Médio, sancionada neste ano pelo presidente Michel Temer, está a determinação da ampliação da jornada escolar das atuais quatro horas obrigatórias por dia para sete horas, progressivamente. Essa alteração, em específico, não contou com o apoio da Confederação Nacional dos Estabelecimentos de Ensino, a Confenen, entidade que representa as escolas particulares e, que de forma geral apoiou a reforma. O presidente da confederação, Roberto Dornas, acredita que o ensino integral pode afetar diretamente o ensino público no Brasil, que não conseguirá atender à demanda de alunos.

SONORA:
 Roberto Dornas, presidente da Confederação Nacional dos Estabelecimentos de Ensino

“Não adianta pretender estudo integral, ou pretender mil e 400 horas/ano, no ensino médio, uma vez que a escola pública não terá condição de dobrar, porque dobra o custo. Não terá condições de dobrar o custo. Escolas estaduais, escolas municipais, se tentarem atender, vão diminuir o número de alunos atingidos. Por uma coisa muito simples: se ela pode funcionar em dois ou três turnos, ela passa a funcionar em um só”.

LOC.: 
E por conta disso, a Confenen ajudou na elaboração de um projeto apresentado pelo deputado federal Lelo Coimbra (PMDB-ES). A proposta (PL 7449/2017) pretende estipular que o ensino integral seja regulado as condições de cada estado e município. João Luiz Cesárino, diretor executivo da Confenen, explica que o ensino integral se torna impossível para escolas que contam com alunos diferentes nos turnos da manhã, da tarde e da noite.

TEC./SONORA: 
João Luiz Cesárino, diretor executivo da Confenen
 
“O ensino integral como está colocado ele se torna utópico, principalmente na escola pública. Porque no momento em que nós pretendemos passar das atuais quatro horas que nós temos de aula para sete horas e com as escolas com diferentes alunos no turno da manhã, da tarde e da noite, evidentemente que nós não vamos conseguir fazer o turno integral.”
 
LOC.: O projeto está aguardando parecer do relator, deputado Átila Lira (PSB-PI) na comissão de educação para seguir tramitação na Câmara. A Confenen espera que a medida seja debatida e aprovada o quanto antes pelo Congresso Nacional, já que a Base Nacional Comum Curricular, que vai determinar os conteúdos do Ensino Médio, será divulgada pelo governo federal já nos próximos meses.
Reportagem, João Paulo Machado

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