EDUCAÇÃO: Base curricular comum tem conteúdos em excesso, diz educador

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REPÓRTER: A Base Nacional Comum Curricular, a BNCC, tem gerado polêmica entre os especialistas na área de educação. O documento, a ser elaborado pelo Ministério da Educação, tem por objetivo determinar quais são os conteúdos mínimos que os alunos das 190 mil escolas do país vão ter que aprender em cada etapa da educação básica. 

A primeira versão da BNCC foi apresentada em setembro de 2015 e ficou disponível em consulta pública até março deste ano para o envio de sugestões. Foram mais de 12 milhões de contribuições, vindas de instituições de ensino, educadores e do público em geral. Para João Bosco Argolo, que é professor e membro da Câmara de Educação Básica da Confederação Nacional dos Estabelecimentos de Ensino, Confenen, o documento traz conteúdos em excesso e deixa de lado o que é básico para a educação.
 
SONORA: João Bosco Argolo, professor e membro da Confenen
“O currículo da base nacional comum foi inchado com diversos conteúdos, disciplinas, temas transversais. E aí se perdeu a qualidade mínima necessária para o desenvolvimento do educando. Porque incluíram tantos conteúdos como componentes e temas que esqueceram aquilo que é essencial na formação mínima de um educando, que é saber ler, escrever e contar”.
 
REPÓRTER: A segunda versão da BNCC foi apresentada no começo de maio. O documento tem 676 páginas, mais que o dobro da primeira versão submetida à consulta pública entre outubro do ano passado e março. João Bosco Argolo acredita que, se a base da educação brasileira tiver conteúdos demais, a qualidade do ensino vai diminuir.
 
SONORA: João Bosco Argolo, professor e membro da Confenen
“O tempo é reduzido para isso que é básico. E, nem o aluno se desenvolve no que é básico, muito menos naquilo que eles estão propondo. Então, há uma confusão muito grande. Nesse sentido, a qualidade cai. Não há reflexão necessária para a formação de um ser, de um educando, que nós estamos visando”.
 
REPÓRTER: Agora, osestados vão organizar seminários regionais para discutir novas propostas que podem ser incluídas na versão final do documento. O Ministério da Educação tem até o dia 20 de julho para apresentar o texto definitivo da Base Nacional Comum Curricular.
 
Reportagem, Bruna Goularte

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