Data de publicação: 06 de Setembro de 2017, 17:50h, atualizado em 17 de Julho de 2020, 18:31h
Na semana em que em Brasília se viu atolada no lamaçal de acusações e denúncias contra ex-presidentes, parlamentares e até ministros do Supremo Tribunal Federal, o grande personagem, sem dúvida, foi o procurador-geral da República, Rodrigo Janot. A exatos onze dias de deixar o principal cargo do Ministério Público Federal, Janot é alvo de críticas dos principais jornais do país nesta quarta-feira (6).
O Estado de São Paulo estampa em seu portal que “Janot deveria se demitir”, o que “demonstraria alguma prudência, depois de ter se comportado de maneira tão descuidada”. Em referência aos benefícios concedidos a Joesley Batista, o editorial classifica o acordo de delação como “inacreditável generosidade, que não resultou em nada senão em doce impunidade para o esperto açougueiro”. No fim da publicação, o Estadão ainda declara que faltaram “tino profissional” e “bom senso” ao procurador-geral.
Em tom mais ameno, a Folha de S. Paulo considera “respeitável” a tese defendida por Janot de que provas e informações fornecidas por delatores são válidas, mesmo quando há má-fé por parte do denunciante. O editorial também deixa claro que o procurador-geral acertou ao proceder à revisão o acordo de delação feito com os executivos da JBS. Segundo a Folha, como previsto, “a medida alimenta questionamentos a sua atuação, a poucos dias de encerrar-se o mandato, e ao exagero no recurso às delações”.
Já a imprensa internacional voltou às atenções para a denúncia apresentada por Janot contra os ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff por organização criminosa. Além deles, outros seis integrantes da cúpula do PT também foram denunciados pelo mesmo motivo. O jornal americano The New York Times destacou que, durante os governos petistas, “políticos importantes arrecadaram cerca de 450 milhões de dólares de entidades, que incluem a Petrobras e o BNDES”. O argentino Clarín estampa que Lula e Dilma foram denunciados por “associação ilícita” e cita o episódio de corrupção na Petrobras. Na França, o Le Monde escreve que “os ex-presidentes são acusados de formar um cartel”. O alemão Deutsch Welle afirma que “dois presidentes brasileiros são acusados de comandar organização criminosa”.
Reportagem, Tácido Rodrigues
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