ECONOMIA: Reorganização da oferta pode explicar IPCA-15 de novembro, diz economista

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REPÓRTER: O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15, o IPCA-15, considerado a prévia oficial da inflação, subiu para 0,26 por cento em novembro, depois de ter chegado a 0,19 por cento em outubro. Apesar de o índice ter acelerado na passagem do mês, esta é a menor taxa para novembro desde 2007. As informações foram divulgadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística e mostram que o grupo de alimentos e bebidas foi o que mais contribuiu para conter a aceleração dos preços.


A presidente do Conselho Regional de Economia de Pernambuco, Ana Cláudia Arruda, explica que a baixa nos preços – principalmente dos alimentos para a cesta básica das famílias brasileiras – pode ser explicado por dois motivos. O primeiro deles é a diminuição da demanda. Ou seja: as pessoas estão comprando menos por causa do desemprego e da crise econômica. Isso faz com que a quantidade de produtos aumente no mercado e eles fiquem mais baratos. Além disso, a economista acredita que existe, também, uma reorganização da oferta de produtos da agricultura familiar.


SONORA: Ana Cláudia Arruda, economista e presidente do Conselho Regional de Economia de Pernambuco
“Um dos elementos que pode justificar isso, além do desemprego e da queda da demanda, é também uma reorganização da oferta na queda de preços. Muitos dos desempregados que estavam na construção civil, por exemplo, foram para o campo e se juntaram às famílias, produzindo, por exemplo, produtos na área de agricultura familiar. Quando a gente observa esses produtos, eles estão muito ligados à agricultura familiar. São produtos essenciais na cesta das famílias. E a queda de preços foi muito significativa, o que mostra que houve um ajustamento também da oferta.

REPÓRTER: A inflação acontece quando há um aumento persistente e generalizado nos preços dos produtos. Por isso, quando a inflação está muito alta, o trabalhador logo sente os efeitos nos bolsos. De acordo com o IBGE, os principais vilões do preço em novembro foram o Etanol, cujo litro ficou 7,29 por cento mais caro, e as multas de trânsito, que foram reajustadas em 53 por cento no dia primeiro de novembro. De acordo com a economista Ana Cláudia Arruda, esses dois itens impactaram fortemente no orçamento dos consumidores.

SONORA: Ana Cláudia Arruda, economista e presidente do Conselho Regional de Economia de Pernambuco
“Um fato curioso quando a gente analisa todas as regiões metropolitanas do país é que o preço da gasolina subiu mais na Região Metropolitana do Recife em relação às demais regiões metropolitanas. E a outra questão é dos impostos, das multas. As multas por infração ao trânsito foram neste mês de novembro um dos vilões da pressão inflacionária no mês de novembro. Representou um elevado peso. E ela funciona, na verdade, como uma modalidade de tributo para fortalecer o conhecido e perverso déficit fiscal dos Estados e prefeituras.

REPÓRTER: Ainda de acordo com o IBGE, a alta mais expressiva do IPCA-15 no Brasil foi registrada na região metropolitana de Recife, onde houve um aumento de 0,55 por cento. Por outro lado, Goiânia registrou a menor variação, com inflação negativa de 0,03 por cento.

Reportagem, Bruna Goularte

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