ECONOMIA: Nível de atividade das indústrias é o mais baixo desde 2003, de acordo com CNI

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REPÓRTER: O Índice que mede o nível da atividade das indústrias brasileiras terminou o ano de 2016 em 76 por cento, resultado mais baixo desde o ano de 2003. O indicador, que mostra se as indústrias estão produzindo a todo vapor ou se as máquinas estão paradas, foi divulgado pela Confederação Nacional da Indústria, a CNI na segunda-feira (30).
 
O levantamento também mostra que houve uma redução de 7,5 por cento nas horas trabalhadas em comparação com 2015. O emprego também diminuiu 7,5 por cento, enquanto a massa real de salário dos trabalhadores da indústria teve queda de 8,6 por cento.
 
De acordo com o economista e vice-presidente de Comunicação do Sindicato dos Economistas de São Paulo, Gilson Garófalo, o resultado para o setor da indústria se deve a uma série de fatores que afetaram a economia brasileira no ano passado.  
 
SONORA: Gilson Garófalo, vice-presidente de Comunicação do Sindicato dos Economistas de São Paulo
“Queda essa, conseqüência de uma série de fatores – entre os quais se destacam, evidentemente, a própria situação do Produto Interno Bruto, acoplada com o desemprego, com as elevadas taxas de juros, com a restrição de créditos que houve, também, durante o ano. Então isso tudo acabou trazendo reflexo na atividade industrial como, de certa forma, já se esperava”.  
 
REPÓRTER: Apesar dos resultados negativos, a indústria emitiu alguns sinais de recuperação em dezembro de 2016. O emprego, por exemplo, teve ligeira alta de 0,2 por cento em dezembro frente a novembro. De acordo com a CNI, este é o primeiro crescimento do índice após 23 meses contínuos de queda. Apesar disso, o economista Gilson Garófalo acredita que essa pequena recuperação deve ser vista com cautela. Na avaliação do economista, as melhoras só devem realmente voltar a se sentidas a partir do segundo semestre deste ano.
 
SONORA: Gilson Garófalo, vice-presidente de Comunicação do Sindicato dos Economistas de São Paulo
 
“Eu acho que, daqui para frente, a tendência é a de paulatinamente a gente conseguir alguma melhora. Melhora essa que, certamente, será mais sentida de maneira favorável a partir do segundo semestre do corrente ano. Por enquanto a Indústria não tem muita margem, porque as vendas do período natalino, as vendas do final de ano não corresponderam àquilo que era o desejado.”
 
REPÓRTER: Para o gerente-executivo de Políticas Econômicas da CNI, Flávio Castelo Branco, as melhores expectativas para a inflação e as últimas decisões de queda da taxa básica de juros são fatores que vão contribuir para a retomada da atividade da indústria nos próximos meses.  
 
SONORA: Flávio Castelo Branco, gerente-executivo de Políticas Econômicas da CNI
 
“Evidentemente que há necessidade de outras ações para retomar a atividade produtiva e recuperar a demanda, mas eu acho que essas são sinalizações positivas que mostram que nós podemos ter, ao longo de 2017, uma gradual recuperação da atividade econômica. Com algumas oscilações, mas com uma sustentação dessa recuperação.”
 
REPÓRTER: Ainda de acordo com levantamento divulgado pela CNI, o faturamento da indústria recuou 12,1 por cento na comparação entre 2015 e 2016. Apesar da queda na média anual, o indicador teve alta de 0,1 por cento entre novembro e dezembro do ano passado.
 
Reportagem, Bruna Goularte

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