ECONOMIA: Melhora da inflação é pré-requisito para recuperação; índice deve continuar caindo, diz economista

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REPÓRTER: O Índice de Preços ao Consumidor Amplo 15, o IPCA-15, que funciona como prévia da inflação, avançou 0,31 por cento em janeiro e ficou 0,12 ponto percentual acima do índice de dezembro, que foi de 0,19 por cento. A taxa foi a mais baixa para o mês de janeiro desde 1994, quando foi criado o Plano Real. As informações são do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, o IBGE. Na avaliação do economista Lauro Chaves, presidente do Conselho Regional de Economia do Ceará (Corecon-CE), os bons resultados da inflação são um pré-requisito para a retomada do crescimento da economia brasileira. Ele acredita na continuidade de queda da inflação nos próximos meses.
 
SONORA: Lauro Chaves, presidente do Conselho Regional de Economia do Ceará
“A inflação deverá continuar em uma trajetória de queda, exceto aconteça algum evento internacional que impacte a economia brasileira. Ou algum evento político de grande monta na operação Lava-Jato, no Congresso, no Judiciário que possa mudar o cenário. Mas isso não é uma questão provável. O mais provável, hoje, é que a inflação termine o ano de 2017 muito próxima ao centro da meta de 4,5 por cento, um pouco a mais, um pouco a menos.”

REPÓRTER: 
De acordo com o IBGE, o resultado mais elevado, de 0,76 por cento, foi constatado no grupo de Despesas Pessoais, que compreende os gastos com cinema, hotéis, entre outros.  Alimentos e bebidas também ficaram mais caros em janeiro. O índice passou de 0,18 por cento em dezembro, para 0,28 por cento. O economista Lauro Chaves explica que esses itens costumam apresentar um aumento nos preços no início do ano.
 
SONORA: Lauro Chaves, presidente do Conselho Regional de Economia do Ceará
“Como a inflação é a média de preço de todos os setores, nós temos que ressaltar que essa queda ainda não foi maior, por dois itens que tiveram a alta mais significativa no mês de janeiro: foram os itens de despesas pessoais e alimentação e bebidas. É possível explicar o comportamento desses dois grupos, diferentes dos demais, porque nós estamos em um mês de férias, em um mês de início de ano. Muita gente está fazendo as despesas pessoais, tem a questão da volta ao trabalho, a questão das férias, da volta às escolas. E a alimentação e bebidas também está incluída nesse mesmo contexto de férias de início de ano.”

REPÓRTER: Ainda acordo com o economista Lauro Chaves, a trajetória de queda da inflação deve continuar influenciando nas decisões do Banco Central de reduzir a taxa básica de juros, a Selic. Na última semana, o Comitê de Política Monetária reduziu a taxa de 13,75 para 13 por cento ao ano.

 
Reportagem, Bruna Goularte

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