ECONOMIA: Governo quer acabar com meta do superávit para evitar improbidade no cumprimento da LDO

O governo Federal enviou ao Congresso Nacional um projeto de Lei

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REPÓRTER: O governo Federal enviou ao Congresso Nacional um projeto de Lei para acabar com a meta do superávit primário em 2014. O superávit primário é uma espécie de caderneta de poupança de onde o governo retira dinheiro para pagar os juros das dívidas realizadas, como explica o economista da Universidade de Brasília, Roberto Piscitelli.

SONORA: economista Roberto Piscitelli

"Como se eu fizesse uma economia para pagar juros, para pagar encargos financeiros, para eu pagar justamente os encargos relativos às dívidas que eu contraí no passado, as dívidas acumuladas. Se eu não conseguir formar um superávit financeiro adequado, suficiente esses juros, ou pelo menos parte desses juros terão que ser rolados."

REPÓRTER: Este ano, a meta do governo Federal seria de economizar, ou seja, ter superávit primário de quase dois por cento do valor do Produto Interno Bruto, as riquezas produzidas pelo país, para pagar dívidas. Segundo o economista Roberto Piscitelli, a meta do superávit primário estipulada pelo governo, no início do ano e prevista na Lei de Diretrizes Orçamentárias 2014, não vai ser atingida. Ele explica que o governo, diante do objetivo não alcançado, resolveu acabar com a meta para não ter que responder por improbidade administrativa, ou seja, por irresponsabilidade na condução da economia.  

SONORA: economista Roberto Piscitelli

"Não é uma coisa definitiva. É para esse exercício, um ajuste necessário para que o governo possa cumprir aquilo que determina a Lei de Diretrizes Orçamentárias. Esse superávit não foi obtido, o governo estaria, portanto, descumprindo um dispositivo legal."

REPÓRTER: Por meio de uma nota, o ministério do Planejamento afirmou que mesmo com o fim da meta do superávit primário em 2014, o governo está comprometido a realizar o máximo superávit primário e ao mesmo tempo garantir a execução dos investimentos prioritários e a manutenção dos incentivos à economia nacional.

Reportagem, Cristiano Carlos

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