CRUZEIRO DO SUL (AC): Hemonúcleo da cidade sofre com queda no número de doadores de sangue

De 3.400 pessoas cadastrados no Hemonúcleo de Cruzeiro do Sul, apenas 20% retornam para doar.

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LOC.: Jairo Enes da Silva, 45 anos, mora na Rua Célia Gaspar de Cruzeiro do Sul. Há 26 anos, depois de uma visita a um parente no hospital, que havia sofrido um acidente, ele passou a doar sangue. Naquele dia, uma enfermeira abordou Jairo no corredor e perguntou se ele era doador. Na época, ele nunca tinha doado. Então, a enfermeira o convidou para fazer os testes. Logo o resultado de aprovação saiu e Jairo fez a sua primeira doação de sangue, aos 19 anos. Em seguida, o jovem acriano teve a oportunidade de conhecer a receptora de seu sangue, uma adolescente de 12 anos, que tinha passado por uma cirurgia delicada no abdome. Ele se lembra de que a avó da paciente agradeceu pelo seu ato com muita comoção e o apresentou à sua neta. A menina, ainda no leito da maca, perguntou a Jairo se ele poderia doar mais um pouquinho de sangue, pois ela sentiu o quanto a fez bem. A partir daí, nasceu um fiel doador de sangue, que hoje é servidor público, e pai de três filhos.

TEC./SONORA: Jairo Laurinho Enes da Silva, servidor público.

“Assim como eu e você também, que doou o seu sangue para ajudar outras vidas, mas na verdade é uma renovação dessa vida dentro de você. Toda doação, tenham a certeza, que é uma renovação espiritual. Através desse gesto tão lindo, é você dando uma oportunidade para outra pessoa também continuar vivendo, continuar também exercendo o seu papel.”

LOC: Infelizmente, nem todas as pessoas são fieis ao ato de doar sangue, como o Jairo. Essa é uma questão que preocupa o Hemonúcleo de Cruzeiro do Sul. Segundo a gerente geral, Fátima Girão, de 3.400 pessoas cadastrados na unidade, apenas 20% retornam para doar. Além disso, o hemonúcleo tem dificuldade de levar novos doadores, pois os mitos sobre doação de sangue ainda assustam os moradores da região. Entre os mitos estão: vício do organismo para doar, engrossar o sangue, engordar ou emagrecer. Não existe nada disso. Tudo isso é lenda, folclore. O Hemonúcleo de Cruzeiro do Sul atende toda a regional do Vale do Juruá, formada por oito municípios, e muitas pessoas do município amazonense Guajará recorrem à rede hospitalar de Cruzeiro do Sul, devido à proximidade geográfica. Fátima Girão reforça que o hemonúcleo precisa da colaboração de todos para manter os estoques de sangue.

TEC./SONORA: Fátima Girão, gerente do Hemonúcleo de Cruzeiro do Sul.

“Eu acredito que tem que ter mais esclarecimento. As pessoas, muitas delas, não conhecem a questão da doação de sangue. Então, existem muitos mitos. E diante desses mitos as pessoas não vêm doar. Vale enfatizar que a gente precisa cada vez mais de pessoas que possam vir doar sangue, porque a nossa região aqui é bastante endêmica, por exemplo, a questão da malária. E o doador que pega malária, ele fica um ano sem doar sangue. Então a gente quer que cada vez mais as pessoas venham, que é para a gente estar suprindo essa necessidade daqueles que ficam sem poder doar.”

LOC: Se você tem entre 16 e 69 anos e pesa mais de 50 quilos, vá ao Hemonúcleo de Cruzeiro do Sul, localizado na Rua Félix Gaspar, bairro Manoel Terças, ao lado da Maternidade de Cruzeiro do Sul. As coletas são realizadas de segunda a sexta, das sete a uma da tarde. O telefone de contato é 3322-4318. Repetindo: 3322-4318. Para mais informações sobre doação de sangue, acesse saude.gov.br/doesangue.

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