BRASIL: Ministro diz que, pela primeira vez em três anos, o desemprego parou de subir

Especialista afirma que é preciso ter cautela com estas projeções

SalvarSalvar imagem
SalvarSalvar imagem

LOC.: O taxa de desemprego no Brasil deve começar a cair a partir de agosto. Essa é a expectativa do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, que publicou a informação em seu Twitter. De acordo com ele, esta é a primeira vez, em três anos, que o desemprego parou de subir em abril.

Porém, o professor do Departamento de Economia da Universidade de Brasília, Roberto Ellery, disse que é preciso ter cautela com estas projeções.

TEC./SONORA: Roberto Ellery, professor do Departamento de Economia da Universidade de Brasília.

"A expectativa da maioria dos economistas é exatamente que esta recuperação do emprego comece ainda este ano. Agora, com o comprometimento das reformas, de outras medidas que também estavam nas expectativas, isso pode não acontecer. Talvez o ministro tenha um pouco de otimismo para tentar animar a economia. Mas, eu acho que é hora de ser cauteloso. Seria muito bom, mas tem um grande risco de isto não acontecer."

LOC.: O ministro da Fazenda disse que temos que levar em conta que nós estamos saindo da maior recessão da nossa história, e que os efeitos dela não desaparecem do dia para a noite. O professor do Departamento de Economia da Universidade de Brasília, Roberto Ellery, concorda com o ministro e diz que o país tem que estar preparado para um longo período de recuperação e uma recuperação lenta.

TEC./SONORA: Roberto Ellery, professor do Departamento de Economia da Universidade de Brasília.

"Esta crise se vem de uma série de erros acumulados nos últimos 10 anos, mais ou menos, além de outros problemas históricos na economia brasileira. Você não resolve isto em 3 anos. A gente tem que estar preparado para um longo período de recuperação e uma recuperação lenta. Eu vou até um pouco mais além do que disse o ministro, e faço um alerta: se o governo cair na tentação de tentar forçar, com muita rapidez, essa recuperação, isto pode ser pior a médio e a longo prazo. O que a gente precisa é reestruturar a base produtiva do país, que foi desenhada com muitos equívocos nos últimos anos. Isto leva tempo e é sofrido."

LOC.: De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, o IBGE, a taxa de desocupação no Brasil continua em alta e o país tem agora mais de  14 milhões de desempregados.

Reportagem, Cintia Moreira

Receba nossos conteúdos em primeira mão.