BELÉM: Memória do Judiciário paraense está em exposição

O Centro de Memória da Amazônia tem o objetivo de preservar a história do Judiciário paraense e abriga cerca de 35 toneladas de documentação anterior a 1970. 

Salvar imagem

REPÓRTER: O estudante do curso de história, Victor Hugo Modesto, de 20 anos, visitou o Centro de Memória da Amazônia, criado em uma parceira entre o Judiciário e a Universidade Federal do Pará. O estudante acompanhou a exposição “Nove Anos do Centro em 400 de Memória”. Victor Hugo garante que ficou satisfeito com o trabalho.

 
SONORA: Estudante do curso de história, Victor Hugo Modesto.
 
“Aqui tem uns registros de tutela de escravos, que foi o documento que mais me interessou aqui no CMA. Nós temos registros de pessoas que vieram para cá de Portugal, Espanha, Marrocos, imigrantes. Nós temos trabalhos e documentos que comprovam a vinda dos nordestinos para cá no século XX. Então, é um semear essencial para pesquisa, mas também para uma memória coletiva do povo paraense”.
 
REPÓRTER: O Centro de Memória da Amazônia tem o objetivo de preservar a história do Judiciário paraense e abriga cerca de 35 toneladas de documentação anterior a 1970. O acervo traz processos de natureza cível e criminal. Entre os variados assuntos da sociedade paraense, está o processo do homicídio de Severa Romana, em 1900, assassinada com golpes de navalha por um militar que se hospedava na casa dela. Dos santos populares de Belém, Severa Romana possui um grande número de devotos. Outro documento de 1917 é o inventário de Antônio Lemos, um dos chefes políticos da capital. Na documentação, também é possível encontrar as provas dos crimes, como a faca usada no homicídio de Cayena, em 1968, onde duas vítimas foram assassinadas. A bolsista de museologia do Centro de Memória da Amazônia, Larisse Rosa, ressalta a relevância da documentação.
 
SONORA: Bolsista de museologia do Centro de Memória da Amazônia, Larisse Rosa.
 
“É a memória da nossa cidade, do nosso Judiciário paraense. Então, a gente sempre tem em mente aqui no Centro de Memória que a gente não só guarda, preserva a memória da cidade, mas como a gente, principalmente, preserva a memória do Tribunal de Justiça. Então, são documentos que nós sabemos da importância deles, nós temos essa necessidade de mostrar para o público que essa documentação existe e que ela está disponível para pesquisas”.
 
REPÓRTER: No Centro de Memória da Amazônia também estão disponíveis processos de curandeirismo, de 1957, com a prática de magia negra, além de crimes de defloramento, em 1924, caracterizado por relações sexuais antes do casamento, e de sedução, qualificado pelas promessas sofridas por uma vítima antes da união. O local divulga ainda 12 paisagens de Belém, no século XIX. As pinturas são do italiano Joseph Righini, que morou no Brasil em 1856, e mostram a avenida São José, atual 16 de Novembro, o hospital Dom Luiz, que hoje é Beneficente Portuguesa, a Catedral da Sé e o Teatro da Paz. A diretora do Departamento de Documentação e Informação do Judiciário, Pollyanna Pires, comenta as ações do Centro de Memória da Amazônia.
 
SONORA: Diretora do Departamento de Documentação e Informação do Judiciário, Pollyanna Pires.
 
 “O tribunal vai aprimorar a sua relação, aproximar com a universidade, através das atividades que atualmente são desenvolvidas no Centro de Memória, por conta da capacidade que o centro hoje adquiriu ao longo desses anos com infraestrutura, com equipe de pessoal capacitada, que oferece tanto as exposições quanto essas programações voltadas para público acadêmico e população em geral. Então, tudo que eles estão produzindo tem uma ligação muito forte com as ações do tribunal em termos da sua função social em termos da memória da instituição”.
 
REPÓRTER: A exposição no Centro de Memória da Amazônia é aberta ao público e segue até 31 de março, de segunda a sexta, de nove da manhã às quatro e meia da tarde. O centro está localizado na travessa Rui Barbosa, 491. Outras informações pelos telefones 3252-2843 ou 3222-9575. 
 
Reportagem, Thamyres Nicolau

Continue Lendo



Receba nossos conteúdos em primeira mão.