BAHIA: Estado recebe 12 milhões e 400 mil reais para reabilitação de crianças com microcefalia

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LOC: Vitor e Ingrid moram em Salvador. Esperavam ansiosos e com muito amor a pequena Nicole. A ansiedade era enorme. Eles não sabiam o que estava por vir, como ela seria. A gestação e o crescimento da menina estavam sendo como de qualquer outra criança, exceto por um acontecimento. No segundo mês que estava grávida, a mãe teve os sintomas da Zika. Foram ao médico e foi dado o diagnóstico. Na hora, eles não fizeram a relação do vírus com a gravidez. Somente no sexto mês, após alguns exames, viram que a Zika afetou a bebê. Nicole tinha a síndrome congênita da Zika, a microcefalia, devido ao que havia ocorrido no início da gestação. O pai, Vitor Cirne, de 34 anos, conta como foi a reação da família.

 TEC/SONORA: Vitor Cirne, pai da Nicole e administrador da Página no Facebook Microcefalia e todo amor do mundo.

 “Como toda mãe, todo pai, a gente idealiza uma coisa para os nossos filhos. A gente jamais vai pensar que vamos ter esses problemas. A gente ficou triste, claro. Minha esposa sentiu muito, chorou muito, ficou muita depressiva nos primeiros meses. Teve aquela dificuldade de aceitação. Não digo de rejeitar a bebê, nunca, nunca foi rejeitada, muito pelo contrário. Porém, ela sentiu, ficou triste, abalada e aquela rotina diferente do que seria um bebê sem a síndrome da Zika, sem a microcefalia.”

 LOC: O pai, Vitor, criou uma página no Facebook chamada Microcefalia e todo amor do mundo com intuito de amenizar um pouco o sofrimento que estavam passando no momento, compartilhar informações e mostrar para as pessoas que a rotina com o bebê pode ser a mais normal possível.

 Em 15 de dezembro de 2015, Nicole nasceu com 1.8 centímetros de medida em torno da cabeça, menor que o normal. Ela cresceu e se desenvolveu bastante até agora. Hoje, com 1 ano e 3 meses, a limitação que Nicole apresenta é baixa visão. Ela tem um grau alto de hipermetropia e astigmatismo, mas usa óculos para corrigir. A menina já demonstrou os primeiros sinais para a família que quer andar e ela está na fisioterapia, para tentar ficar em pé e avançar cada vez mais. Vitor compartilha o crescimento da filha na página e fica impressionado com a repercussão que seu projeto teve.

 TEC/SONORA: Vitor Cirne, pai da Nicole e administrador da Página no Facebook Microcefalia e todo amor do mundo.

 “Hoje ela é um ícone. Até brinco que ela é um ícone na Bahia porque nós somos referências para muitas famílias devido a nossa página, que tem mais de 6.200 seguidores. As pessoas acompanham, mandam mensagem, pedem conselho, principalmente para minha esposa porque é mãe, né? Para contar como que ela consegue levar essa vida maravilhosa, essa rotina tranquila, esboçando sempre sorriso.”

 LOC: De acordo com a Secretaria de Saúde da Bahia, de outubro de 2015 até o começo de 2017, foram registrados mais de 1.500 casos de microcefalia no estado, assim como o da Nicole. Para dar melhor assistência aos portadores da síndrome congênita da Zika, o Ministério da Saúde anunciou que irá investir doze milhões e quatrocentos mil reais na reabilitação de crianças. Contará também com novas pesquisas e criação de biobanco nacional para auxiliar os pesquisadores nas análises. Márcia São Pedro é coordenadora das doenças transmitidas por vetores da Diretoria de Vigilância Epidemiológica da Bahia e explica os cuidados que as gestantes devem ter com a Zika.

 TEC/SONORA: Márcia São Pedro, coordenadora das doenças transmitidas por vetores da Diretoria de Vigilância Epidemiológica da Bahia.

 “Para que elas se protejam é uso de repelente. A gente orienta que elas usem calças compridas e meias. Que ela evite estar em locais que possam ter presença mais frequente de mosquito, mas que elas usem basicamente o repelente, fazendo a reposição.”

LOC: Além do repelente, como lembra Márcia, para combater o mosquito é preciso evitar que ele nasça. Então, verifique se não há água parada na sua casa, no seu quintal. Não deixe que seu lar seja um foco para a proliferação do mosquito. Avisa os amigos e vizinhos para fazerem uma vistoria por lá também. Para mais informações sobre as doenças e como você pode se prevenir, acesse saude.gov.br/combateaedes. Ministério da Saúde, Governo Federal.

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