AM: Humaitá, Tapauá e Tefé ainda apresentam índices abaixo de 20% de vacinação contra o HPV

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REPÓRTER: As jovens com a faixa etária de 11 a 13 anos dos municípios de Humaitá, Tapauá e Tefé não têm procurado os postos de saúde para se prevenirem contra o HPV, vírus causador do câncer do colo de útero. O índice de vacinação nos três municípios não ultrapassou 20 por cento na segunda fase, de acordo com o ministério da Saúde. Em Humaitá, região onde tem muitas aldeias indígenas, a falta de conhecimento afeta o índice que não passa dos 10 por cento de meninas vacinadas contra o Papiloma Vírus. A secretaria municipal de saúde fortalece a campanha mandando agentes de saúde nas aldeias para realizar as vacinações. A jovem Pia Márcia Tenharim, de apenas 12 anos, é moradora da Aldeia de Tenharim, próximo ao município. Ela afirma que a vacina não tem efeito colateral e que as enfermeiras colaboram para a prevenção.
 
SONORA: Pia Márcia Tenharim cidade de Humaitá 12 anos
 
“A enfermeira sempre leva para a aldeia aí eu tomei a primeira dose. Assim que tiver a segunda dose, com certeza eu vou tomar de novo. Não tem nada de dor não. A enfermeira me levou de carro para tomar essa vacina, uma hora e meia daqui de Humaitá até a aldeia. Desde já, dos 12 anos, tem se prevenir. A enfermeira me explicou que é para proteger o corpo da gente para não pegar essa doença. Eu acho que é importante tomar essa vacina aí. Eu acho que futuramente, com certeza, vai salvar esse monte de mulheres.”
 
REPÓRTER: No município sul amazonense de Tapauá, os boatos de efeitos colaterais que a vacina causou nas meninas de outros estados acabaram assustando e afastou as garotas dos postos na segunda fase. Com isso, a média de vacinação permaneceu em 20 por cento. Para alcançar a meta do ministério da Saúde, que é de 80 por cento, a secretaria municipal de saúde realizará campanhas incentivadoras nas escolas junto aos professores na volta às aulas. O secretário de ciência, tecnologia e insumos estratégicos do Ministério da Saúde, Jarbas Barbosa, ajuda no convite para as meninas irem aos postos de saúde e se vacinarem contra o HPV.
 
SONORA: secretário de ciência, tecnologia e insumos estratégicos do Ministério da Saúde, Jarbas Barbosa.
 
“As famílias não podem perder essa oportunidade e não devem dar ouvidos a boatos de redes sociais, a boatos que não tem nem comprovação no Brasil e nem em qualquer lugar do mundo. É muito importante que as meninas que tomaram a primeira dose tomem à segunda. A proteção só está completa quando ela toma a segunda dose e cinco anos depois ela toma o reforço e as meninas de nove a 11 anos, em 2015, começar a vacinar para que a gente tenha a mortalidade por câncer de colo de útero reduzida de maneira drástica em nosso país”   
 
REPÓRTER: Com o pior índice entre os três municípios, apenas 83 meninas se vacinaram até agora em Tefé, o que representa apenas três por cento. Segundo a secretaria municipal de saúde, a falta de interesse é o principal fator do afastamento das garotas dos postos de saúde. Para isso, o município realizará campanhas intensificadas dentro da cidade e a ida dos agentes de saúde na região ribeirinha do município ajudará no aumento do índice até a volta às aulas. Todos os postos de saúde dos três municípios estão com as vacinas disponíveis para as meninas. O processo é simples, basta as garotas de 11 a 13 anos irem às unidades que ficam abertas de segunda à sexta-feira, das oito da manhã às cinco da tarde, apresentar a caderneta de vacinação e se vacinarem.

 

Reportagem, Lucas Bolzan 

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