AGRONEGÓCIOS: Ferrogrão é aposta para aquecer economia de municípios do Mato Grosso e Pará

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LOC.: Um dos maiores produtores de grãos e de carne do país, o Mato Grosso é também um dos estados com a pior logística de transporte de carga no Brasil. Carentes dos modais de hidrovia e ferrovia, produtores da região enfrentam dificuldades para o escoamento de sua produção responsável por abastecer o mercado brasileiro e, principalmente, o internacional. Dependente do transporte rodoviário, o valor do frete encarece e, por consequência, aumenta o preço do produto vendido ao consumidor.
 
A esperança para minimizar esses custos está depositada na Ferrogrão – uma estrada de ferro de 1.142 quilômetros que ligará os municípios de Lucas do Rio Verde (MT) a Miritituba (PA). É na cidade paraense que está sendo construída, há alguns anos, uma potente infraestrutura de transporte hidroviário. De lá, a carga levada do Mato Grosso será colocada em barcaças e transportada aos portos de Barcarena e Santarém, no Pará; de Itacoatiara, no Amazonas; e de Santana, no Amapá.
 
A previsão do governo Federal é de R$ 12,6 bilhões em investimentos em uma concessão com 65 anos de duração. Estima-se que a Ferrogrão chegue a 2050 transportando mais de 42 milhões de toneladas por ano. A ferrovia foi planejada como uma alternativa para o escoamento da produção de grãos do norte de Mato Grosso para os terminais paraenses, hoje bastante dependente da rodovia BR-163. A rodovia federal recebe um grande fluxo de caminhões de carga e encontra-se em trechos com bastante precariedade.
 
Para evitar problemas ambientais, a Ferrogrão deve seguir o traçado da rodovia em alguns trechos. Foi esbarrando nesses riscos de impactos que as licenças ambientais responsáveis para o andamento do processo demoraram a ser concedidas, o que faz com que especialistas não acreditem que a Ferrogrão esteja em pleno funcionamento antes de 2025.
 
Em maio, a Câmara dos Deputados aprovou, por meio da Medida Provisória 758/2016, uma alteração na área de proteção ambiental para dar passagem à Ferrogrão. O projeto seguiu para o Senado, onde foi aprovado por uma comissão mista em junho.
De acordo com o deputado federal Nilson Leitão, do PSDB mato-grossense, os ganhos com a construção da ferrovia serão sentidos não só pelos produtores, mas pela população dos municípios por onde ela passar.
 
TEC./SONORA: Nilson Leitão, deputado federal (PSDB-MT)
“O valor imobiliário já é um ganho direto, imediato, só o início de uma obra dessa, onde os municípios terão um incremento nos impostos, ICMS, tudo, de forma muito forte. Mas a valorização imobiliária e a geração de empregos, a quantidade de pessoas que vão conseguir construir nessas laterais com o comércio, se tornará, praticamente, com cada cidade, um porto seco”
 
LOC.: O governo federal vai colocar as minutas de edital e contrato em audiências públicas para atrair o interesse de investidores privados para a construção da Ferrogrão.
 
Reportagem, Hédio Júnior
 

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