AGRICULTURA: Protestos de caminhoneiros começam a atingir produção agropecuária brasileira

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REPÓRTER: O protesto de caminhoneiros que fecharam algumas rodovias pelo país, na semana passada, começou a ter reflexo na produção agropecuária do Brasil. Em 13 estados, caminhões ocuparam estradas e acostamentos, bloquearam o tráfego com pneus queimados e os prejuízos foram se acumulando. Na região Sul, por exemplo, faltaram aves e suínos nos grandes frigoríficos. Já no Centro-Oeste, diversas fazendas do norte do Mato Grosso tiveram que paralisar a colheita da soja por conta da falta de diesel para abastecer o maquinário. Foi registrada situação parecida nos laticínios do Paraná, onde o leite não chegou. Sem ter como retirar o produto das propriedades, muitos produtores não tiveram outra alternativa e jogaram tudo fora. Como foi o caso da produtora de leite do sudoeste paranaense, Maria Bernadete. Agora, ela soma os prejuízos com a greve dos caminhoneiros.
 
SONORA: produtora de leite – Maria Bernadete
 
“O que a gente tem que pagar, vamos pagar. Centavo por centavo. Você vai ter que reduzir os custos de alimentação da vaca. Vamos ter que comprar menos ração e não sabemos nem até quando que vem ração, porque os caminhões que trazem a ração foram bloqueados nas BR’s também”.
 
REPÓRTER: As principais reivindicações dos motoristas nos protestos da semana passada foram a redução no preço do diesel e o aumento no valor do frete. Para negociar com os caminhoneiros, o governo recebeu representantes de 11 entidades ligadas à categoria. O resultado foi a promessa de reduzir o preço do pedágio para os caminhões vazios, facilitar o financiamento dos veículos e responsabilizar o dono da carga por eventual excesso de peso. O presidente do Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas do Mato Grosso do Sul, Cláudio Cavol, lamenta que apesar dessas reivindicações, a principal não foi atendida.
 
SONORA: presidente do Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas do Mato Grosso do Sul - Cláudio Cavol
 
“O governo teria que olhar com mais carinho para essa questão do preço do óleo diesel ou então nós teremos um problema gravíssimo que é a combinação: recessão, óleo diesel caríssimo e uma oferta excessiva de caminhões nesse momento. É o que está acontecendo. Manifestações pipocando em todo o Brasil contra o Governo Federal.”
 
REPÓRTER: As 11 entidades ligadas aos caminhoneiros e o governo federal voltam a se reunir na próxima terça-feira, 10 de março, para debater outros pontos das reivindicações que ficaram pendentes.

 

Reportagem, Victor Maciel

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