AGRICULTURA: Comissão da Câmara dos Deputados debate aumento no uso de agrotóxicos no País

Entre 2002 e 2012, a comercialização do produto no país passou de quase três quilos por hectare para sete quilos por hectare. Um aumento de 155%.

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REPÓRTER: O Brasil é o maior consumidor de agrotóxicos no planeta. De acordo com dados do IBGE, apresentados nesta quinta-feira, dia 29, em audiência pública da Comissão de Meio Ambiente da Câmara dos Deputados, entre 2002 e 2012, a comercialização do produto no país passou de quase três quilos por hectare para sete quilos por hectare. Um aumento de 155%. São Paulo lidera o ranking dos estados onde a venda de agrotóxicos é maior, seguido de Goiás e Minas Gerais.
Márcio Freitas, Coordenador Geral de Avaliação e Controle de Substâncias Químicas do Ibama, afirmou que o Brasil sempre esteve entre os maiores consumidores de agrotóxicos, desde os anos 50. No entanto, ele garantiu que os órgãos reguladores, como o Ibama, o Ministério da Agricultura e a Anvisa, são bastante rigorosos na hora de conceder o registro desses produtos.
 
SONORA:  Márcio Freitas, Coordenador Geral de Avaliação e Controle de Substâncias Químicas do Ibama

“Qualquer produto agrotóxico, ele causa dano ambiental e, portanto, ele causa dano ao meio ambiente. O que muda, é justamente a classificação de perigo, mas potencialmente são produtos utilizados para combater pragas. Então por exemplo, o inseticida vai matar insetos alvos, mas também vai matar qualquer outro inseto como, por exemplo, abelhas. Nós temos sempre um perigo associado ao agrotóxico e o que nós fazemos no Ibama é avaliar a toxicidade a organismos não alvo - peixes, minhocas, organismos que garantem a fertilidade do solo.”
 
REPÓRTER: Ainda de acordo com Freitas, o Ibama faz um estudo sobre a toxicidade do defensivo agrícola, o que gera uma classificação. A grande maioria dos produtos usados no país, segundo ele, são da classe 3 e da classe 2, que têm nível intermediário de periculosidade. Os cultivos de tomate, batata e frutas cítricas, como laranja e limão, são os que mais fazem uso de defensivos. No entanto, segundo Júlio Sérgio de Britto, Coordenador Geral de Agrotóxicos do Ministério da Agricultura, sem o controle de pragas, a produção agrícola no país poderia cair pela metade. De acordo com Britto, o Ministério da Agricultura tem incentivado o uso agrotóxicos biológicos, que são menos agressivos à saúde humana.

SONORA: Júlio Sérgio de Britto, Coordenador Geral de Agrotóxicos do Ministério da Agricultura
 
"Há uma busca maior de eficácia de produtos agrotóxicos e busca de novas tecnologias para controle de pragas, de defensivos naturais, biológicos. Só este ano, tivemos 20 produtos biológicos registrados para uso na agricultura."
 
REPÓRTER: Durante a audiência, os debatedores pediram especial atenção ao projeto de lei 3200/15 de autoria do deputado Covatti Filho (PP-RS) que flexibiliza a comercialização de agrotóxicos e poderia tornar a regulação do setor menos rigorosa.
 
Com informações da Rádio Câmara, reportagem João Paulo Machado

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