AEDES: Em projeto-piloto, 90% de mosquitos comuns são substituídos por outros que não transmitem Dengue, Zika e Chikungunya

Além do trabalho técnico, uma equipe que acompanha o projeto repassa informações que ajudam a população no combate ao mosquito.

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LOC.: Entre as diversas estratégias elaboradas para combater o Aedes aegypti, o projeto “Eliminar a Dengue: Desafio Brasil”, conduzido pela Fundação Osvaldo Cruz (Fiocruz), conseguiu avançar com uma delas no controle da população do mosquito transmissor da Dengue, Zika e Chikungunya. O método utilizado é capaz de substituir o Aedes aegypti comum, por outro com Wolbachia – bactéria que impede a transmissão das três doenças pelo mosquito.

De acordo com a instituição, a área de teste do projeto, que fica em Niterói, no Rio de Janeiro, já está com 90% da presença do Aedes aegypti com Wolbachia. Agora a ação avança rumo Região Oceânica.

A bactéria é inserida no mosquito desde quando ele está em fase de ovulação. O pesquisador da Fiocruz, Luciano Moreira, explica como funciona o processo de anulação da capacidade do Aedes aegypti de transmitir as viroses.

TEC./SONORA: Luciano Moreira, pesquisador da Fiocruz

“Todos os seus descendentes já nascem com a bactéria, já nascem com a redução da capacidade de transmitir as doenças. O que a gente acha que acontece é que, quando o mosquito pica alguém infectado, vai haver uma competição ali dentro da célula, já que o vírus também precisa de recurso da célula para poder se replicar; e como a bactéria está ali dentro, ela acaba ganhando esse processo de competição. Aí o vírus não consegue se estabelecer, se replicar no mosquito para poder ser transmitido.”

LOC.: Além do trabalho técnico, uma equipe que acompanha o projeto repassa informações que ajudam a população no combate ao mosquito. O objetivo é incentivar os moradores a entrarem na luta contra o Aedes aegypti, tomando os cuidados necessários para evitar que ele nasça.

Luciano ressalta ainda que, o processo executado no projeto é diferente de outros utilizados no país que fazem o uso de mosquitos transgênicos.

TEC./SONORA: Luciano Moreira, pesquisador da Fiocruz

“O mosquito não passa por nenhuma modificação genética. É um processo natural. A bactéria foi retirada da mosca da fruta e foi colocada no mosquito. Então é um método natural, seguro, auto-sustentável e faz com que esse mosquito não vai ter a capacidade de transmitir os vírus.”

LOC.: Apesar das diferentes técnicas elaboradas para eliminar o transmissor da Chikungiunya, Dengue e Zika, a recomendação é que as famílias continuem evitando deixar água parada em recipientes que possam se tornar criadouros.

Reportagem, Marquezan Araújo
 

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