ACRE: Meninas de 11 a 13 anos devem tomar a segunda dose contra o HPV

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REPÓRTER: A segunda dose da vacina contra o HPV continua sendo aplicada em todo o Brasil. As meninas de 11 a 13 anos de idade devem procurar uma das 35 mil Unidades Básicas de Saúde em todo o país e se vacinar contra o vírus que causa o câncer do colo do útero. Somente no Acre, entre 2007 e 2013, quase novecentas mulheres tiveram câncer de colo de útero. Apesar do sucesso da vacinação na primeira fase, nesta segunda etapa o número de meninas vacinadas está abaixo do necessário. No Acre, por exemplo, 88% das meninas se vacinaram na primeira etapa, mas na segunda etapa, menos de 37 por cento das jovens foram imunizadas. A adolescente Victória Tavares, 14 anos, mora em Rio Branco e tomou as duas doses da vacina. Ela é evangélica e faz parte do movimento jovem. Victória conta que a vacina tem apoio da igreja e não doi.
 
SONORA: adolescente – Victória Tavares, 14 anos
 
“Eu trabalho na equipe de jovens, faço parte do ministério de dança e trabalho junto com minha líder em uma célula. Não existe muita dúvida com relação a isso na igreja, porque é uma conscientização que as pessoas evangélicas têm, que é para o bem das adolescentes, o pessoal não tem muita dúvida em relação a isso. Uma priminha minha perguntou se eu tinha tomado essa vacina e eu falei que tomei. Ela: ‘tu sentiu alguma coisa’. Eu falei: ‘só uma picadinha assim, mas pronto, acabou’. Ela: ‘eu tenho que tomar isso’. Eu falei: ‘futuramente sim’. Ela: ‘ah tá, mas não dói, né?’. Eu falei: ‘não’.”
 
REPÓRTER: A ex- secretária de Saúde do Estado do Acre, Suely Melo, que comandou a vacinação contra o HPV no estado até dezembro, destaca que as barreiras geográficas do estado, como a própria Floresta Amazônica, não impedem esforços para que as meninas de 11 a 13 anos sejam vacinadas.
 
 SONORA: secretária de Saúde do Estado do Acre – Suely Melo
 
“No Acre, na primeira etapa, nós tivemos bastante sucesso. Nós fizemos um esforço de gigante. Você sabe que vacinar no Acre não é uma tarefa simples. Nós temos municípios isolados, barreiras geográficas severas. Então, nós tivemos algumas dificuldades, mas conseguimos atingir uma cobertura de 88% na primeira etapa. Na segunda etapa, nós já estamos tendo um pouco mais de dificuldade. Até o momento, nós conseguimos uma cobertura de 36,23%. É uma cobertura muito baixa. Às vezes a gente cria estratégias. Coloca barco para sair recolhendo a população nos igarapés, nas margens dos rios e define alguns polos de vacinação onde a gente monta uma estrutura de logística para poder vacinar.”
 
REPÓRTER: O secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Jarbas Barbosa, ressalta a importância da vacinação das meninas de 11 a 13 anos contra o HPV lembrando que esta pode ser a primeira geração brasileira livre das mortes por câncer do colo do útero.
 
SONORA: secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde – Jarbas Barbosa
 
“Essa geração que está sendo vacinada contra o HPV, combinando a vacina contra o HPV com o exame Papanicolau a partir dos 25 anos, pode ser a primeira geração livre de mortes por câncer do colo do útero, por isso, as famílias não devem perder essa oportunidade e não devem dar ouvidos a boatos que não têm nem comprovação no Brasil, nem em qualquer lugar do mundo. Essa vacina era uma vacina cara, que antes de ser incorporada pelo SUS, que só meninas ricas tinham acesso. Hoje, qualquer menina do nosso país pode estar protegida contra o câncer do colo do útero. Por isso é importante que as meninas que tomaram a primeira dose, tomem a segunda. A proteção só está completa quando ela toma a segunda dose e cinco anos depois, ela toma o reforço.”
 
REPÓRTER: Quem não tomou a primeira dose, deve procurar uma Unidade Básica de Saúde e começar a vacinação. Quem já tomou a primeira dose da vacinamas ainda não tomou a segunda, precisa procurar logo o posto de saúde, porque não adianta tomar a primeira dose e não tomar a segunda.
 

 

Reportagem, Diane Lourenço

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