ACRE: Hemoacre sofre com queda no número de doadores de sangue

No Acre, as demandas hospitalares que necessitam receber sangue cresceram 22%, enquanto as doações caíram 10% desde dezembro de 2016.

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LOC.: A capital do Acre, Rio Branco, enfrenta dificuldade para atingir as metas de doação de sangue no hemocentro. As demandas hospitalares que necessitam receber sangue cresceram 22%, enquanto as doações caíram 10% desde dezembro de 2016. Segundo a enfermeira e responsável pelo Setor de Captação de Sangue do Hemoacre, Quézia Nogueira, a instituição tem adotado estratégias para mobilizar as pessoas sobre a importância da doação, mas ela aponta que a situação é crítica.

TEC./SONORA:
Quézia Olegário Lopes Nogueira, enfermeira responsável pelo Setor de Captação de Sangue do Hemoacre, Rio Branco (AC).

“Olha, a nossa situação é bastante preocupante, porque até os doadores que vinham com uma frequência maior, eram doadores de repetição. Eles não têm executado como antigamente. Então, o que eu costumo dizer para os doadores é: não espere que alguém da sua família precise. O sangue, o componente que é utilizado numa emergência, é daquela pessoa que doou e não sabia para quem. Então, essa é uma questão cultural. Nós, brasileiros, precisamos aprender a ajudar o próximo sem ter algo em troca.”

LOC.: Há mais de um ano, a estudante Evelyn Mendonça, 22 anos, solteira, faz tratamento de câncer. Na época que começou a terapia, a moradora do bairro Xavier Maia, em Rio Branco, foi obrigada a trancar a faculdade. Ela estava prestes a se formar em Arquitetura. Evelyn é portadora de lupos, uma doença autoimune. O quadro dela piorou e evoluiu para um câncer na medula chamado mielodisplasia, que necessita de transfusão de sangue. Na época, família e amigos de Evelyn se mobilizaram e fizeram uma campanha para ela não enfrentar dificuldade para receber sangue. Ela conta que foi a maior campanha já realizada no Acre para doação de sangue e destaca a importância das doações para pacientes como ela.

TEC./SONORA:
Evelyn Oliveira Mendonça, estudante.

“Muita gente fez a primeira doação por minha causa. Mas eu acho que deveria ter mais campanhas de doação, não só de doação de sangue, como de plaquetas também, tem muita gente que precisa. O pessoal de tratamento oncológico, então, precisa bastante. Alguns amigos meus morreram por conta de falta de doação.”

LOC.: Doadora há nove anos, a servidora pública Larissa Mendes, 27 anos, avalia que o medo da dor ainda é uma grande barreira para os índices de doações continuarem baixos. Moradora do bairro sétimo Batalhão de Engenharia de Construção do Exército, em Rio Branco, ela lembra que a cada doação, o ato pode salvar até quatro vidas.

TEC/SONORA: Larissa Caroline da Silva Mendes, servidora pública.

“Dizer que não dói é hipocrisia. Dói, dói um pouquinho sim, por causa da furada, né?! Mas, quem puder doar sangue doe, porque é tão importante. A oportunidade de poder doar sangue para o nosso próximo, eu acho que é melhor do que qualquer coisa no mundo. A gente poder salvar uma vida, às vezes até mais que uma vida, a nossa bolsa salva até quatro pessoas.”

LOC:
Doar sangue, além de ser um ato nobre, de solidariedade, é muito simples. Para ser doador, precisa ter entre 16 e 69 anos, pesar mais de 50 quilos e estar com boa saúde. O Hemoacre está localizado na Avenida Getúlio Vargas, no bairro Bosque. As coletas são realizadas de segunda a sábado e feriados, das sete às cinco e trinta. O telefone de contato é 3228-1494. Repetindo: 3228-1494. Para mais informações sobre como doar sangue, acesse saude.gov.br/doesangue. 

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