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Por Pedro Marra
O Brasil proporciona um ensino básico para os jovens que parece não estar sendo eficiente para o mercado de trabalho. Os números não demonstram uma boa qualidade de conteúdo ensinado nas salas de aula. Um exemplo disso é a baixa taxa de conclusão da Educação Básica, em que mais de 58% dos jovens concluem essa etapa de ensino até os 19 anos de idade. Em Goiás, a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no 2º trimestre deste ano, mostra que mais de 19% dos jovens goianos entre 18 e 24 anos estão desempregados.
Mesmo com a porcentagem baixa no estado, a diretora de educação e tecnologia do SENAI-GO, Ivone Moreyra, acredita que o real problema para o Brasil vencer o desemprego dos jovens é “quando a gente fala de qualificação. Às vezes, as pessoas pensam que é uma coisa muito básica, uma formação muito superficial? Eu estou usando o termo qualificação aqui, como um conceito extremamente robusto”, afirma Ivone.
Para ela, essa visão é fundamental. Somente “se o País tiver trabalhadores, profissionais em todos os níveis, tanto no nível médio como no nível superior, qualificados com entendimento tanto técnica como tecnologicamente”, finaliza.
Teoria e prática geram emprego
Para fugir dessas estatísticas e se preparar para entrar preparado no mercado, Gabriel Alexandre, de 22 anos, aproveitou a oportunidade que teve. Em 2013, ele se formou no curso técnico de processos gráficos enquanto fazia o Ensino Médio pelo SENAI-GO. No mesmo ano, ele começou a estagiar numa gráfica. Já em 2014, ele foi efetivado na empresa, e atualmente é orçamentista chefe. Gabriel não parou de estudar nesse tempo, e também se formou em
administração.
“Um conhecimento é complemento do outro. Então aquele jovem que não pensa em fazer uma graduação de quatro anos, tudo bem também. Desde que ele se dedique e foque realmente no
curso técnico. E sempre complemente os conhecimentos com mais cursos, desde que a pessoa entenda realmente a importância de quanto mais conhecimento tiver é melhor. Afinal de contas, o mercado de trabalho exige isso. Então foi sempre com esse pensamento que desde os meus 15 anos eu pensava que eu preciso construir uma carreira profissional”, relata Gabriel.
Outro exemplo de aperfeiçoamento dos estudos é Gustavo Corrêa, de 19 anos. Ele realizou o mesmo curso de processos gráficos que Gabriel, junto do Ensino Médio. Na escola do SENAI da Vila Canaã, em Goiânia, Gustavo também fez parte da equipe de robótica da unidade.
No 2º ano do Ensino Médio, ele também fez um estágio na área de design gráfico. Com essas experiências acumuladas, ele já conseguiu se inserir no mercado de trabalho e hoje é professor
de robótica numa escola da cidade. O fruto de todo o esforço nos cursos e estágio, deu a ele a oportunidade de conseguir fazer um curso superior. Atualmente, Gustavo ele cursa engenharia
elétrica na faculdade, o que segundo ele, é consequência da relação entre estudo e prática.
“A educação profissional ajuda demais porque muito das coisas que a gente vê no curso técnico, boa parte a gente acaba fazendo quando está trabalhando. Então a gente já sabia de praticamente tudo. Faltava só vivenciar aquilo na prática, que no caso, seria o processo final do ensino técnico. A maioria dos meus colegas de turma estão trabalhando também”, explica Gustavo.
Realidade
Para expor a realidade do jovem brasileiro no mercado de trabalho, o diretor-geral do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), Rafael Lucchesi, explica que a baixa produtividade é sem sombra de dúvida uma tragédia na vida de um jovem.
“Vamos imaginar a primeira situação em que um jovem recém saído do ensino médio, e olha que ele é um vitorioso, porque metade não chega lá, na sua primeiro processo de seleção, que vai falar com profissional de RH, se tiver num plano médio, 75% não aprendeu adequar a língua portuguesa. E ele não tem Educação Profissional. Imagine o drama desse jovem para conseguir uma vaga no mercado de trabalho”, analisa.
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