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Se Lucas Rocha, 21 anos, entrar para a equipe brasileira, deve competir entre os dias 22 e 27 de agosto.
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Por Pedro Marra
Em 2016, Lucas Rocha era ajudante de cozinha num pequeno restaurante de São Paulo (SP). Ele ganhava um salário fixo e comissão extra. Na época, o jovem tinha 17 anos, época em que conheceu o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI). Hoje, com 21 anos, ele é um dos competidores que treina para garantir uma vaga na WorldSkills, a maior competição de educação profissional do mundo.
Entre os dias 22 e 27 de agosto, Lucas deve estar entre os 57 alunos do SENAI, além de outros seis do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac), que irão representar o Brasil no torneio, em Kazan, na Rússia.
Após os seis meses no restaurante, Lucas trocou a função de ajudante de cozinha para aluno do curso técnico de confeitaria, mais precisamente para a Escola SENAI Horácio Augusto da Silveira, na Barra Funda.
“Não é que eu escolhi a modalidade, eu escolhi a profissão de confeiteiro. E já tinha um trabalho duro desde a cozinha. Tive que deixar de trabalhar para ir atrás do conhecimento e depois ter mais oportunidade. Aí que eu conheci a Olimpíada do Conhecimento”, conta.
Em novembro de 2017, o jovem ganhou a etapa estadual na Escola do Brás, em São Paulo (SP). Em junho do ano seguinte, ficou em segundo lugar na 1ª etapa seletiva nacional da modalidade, em Taguatinga (DF). A classificação para a equipe de treinamentos veio após ele ganhar o desempate no SENAI Américo Renê, de Belo Horizonte (MG), no ano passado.
Hoje, o jovem se sente mais bem preparado para lidar com a pressão na hora da prova. “Eu gosto muito desse treinamento do SENAI porque realmente forma um profissional completo. Não ensina você só a temperar um chocolate, a fazer um bombom, ensina a como se comportar mesmo. Isso me ajudou muito porque eu era uma pessoa com um temperamento totalmente diferente do que eu tenho hoje. Sou uma pessoa mais calma, eu lido melhor com o estresse, com a ansiedade. Acredito que o foco vai mais me ajudar lá em Kazan”, avalia.
O jovem competidor vai para Kazan já com experiência internacional no currículo. Em setembro do ano passado, ele participou do mundial de jovens confeiteiros com a União Internacional dos Padeiros e Confeiteiros (UIBC), SENAI e o Sindicato da Indústria de Panificação e Confeitaria de Santo André (SIPAN), na feira de alimentos IBA, em Munique, na Alemanha. Após a WorldSkills, ele pretende retomar o curso técnico de alimentos no SENAI, que está trancado.
“Eu pretendo trabalhar etapa por etapa na minha carreira. Eu não posso apegar a uma única coisa e fechar portas para outras oportunidades. Eu tenho o objetivo de construir uma carreira sólida. Estou deixando as coisas acontecerem”, afirma.
Treinamentos
Os competidores são treinados durante esse período, em que receberão alimentação, hospedagem e transporte local. Eles vão estar em Porto Alegre (RS), Joinville (SC), Belo Horizonte (MG), Belém (PA) e também em três unidades de Brasília (DF): Taguatinga, Gama e no Setor de Indústrias Gráficas. O gestor do projeto Brasil Kazan, José Luis Gonçalves Leitão, conta como funciona a avaliação dos competidores na hora das provas.
“Nós trabalhamos habilidades e competências de cada uma das profissões. Por exemplo, o pedreiro e o pintor. Ao final, são aplicadas provas. E aí eles são avaliados por essas habilidades de acordo com alguns critérios de padrões internacionais”, expõe.
Na opinião do diretor-geral do SENAI, Rafael Lucchesi, o país tem forte potencial em educação profissional. “O Brasil tem sido representado pelo SENAI e pelo Senac, que tem as ocupações mais da área do comércio e serviços, e fica sempre entre os primeiros colocados”, afirma.
WorldSkills
A WorldSkills é realizada a cada dois anos e reúne os melhores alunos de países das Américas, Europa, Ásia, África, e Pacífico Sul para disputarem medalhas em modalidades, de acordo com as profissões técnicas da indústria e do setor de serviços. Os jovens competidores vão ter de demonstrar habilidades individuais e coletivas para concluírem os desafios de suas ocupações dentro de seis horas.
Se ganhar uma vaga na equipe brasileira, durante os quatro dias de competição, Lucas e os demais competidores terão, no máximo, 22 horas para entregarem os projetos. Em 18 participações, o Brasil já acumulou 136 medalhas. A melhor participação brasileira na história foi em São Paulo, em 2015. Com 27 medalhas, a equipe ficou em primeiro no ranking por países.
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