SAÚDE: Pesquisa da Fiocruz aponta que anormalidades provocadas pelo Zika em bebês são mais frequentes do que se acreditava

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LOC.: Um estudo feito pela Fundação Oswaldo Cruz, que acompanhou 126 gestantes, aponta que as anormalidades provocadas pelo Zika em bebês antes do nascimento são mais variadas e frequentes do que se acreditava. Entre os casos acompanhados, nove crianças morreram durante a gravidez: cinco no primeiro trimestre, duas no segundo e duas nasceram mortas.

Dos 117 bebês pesquisados, nascidos de fevereiro a julho de 2016, foi constatado que 42 por cento deles tiveram algum tipo de alteração comprovada por exames clínicos ou radiológicos de imagem do cérebro. De acordo com a autora da pesquisa, Patrícia Brasil, o estudo sugere que os danos ao feto provocados pelo Zika podem ocorrer ao longo de toda a gravidez e são muito mais variados do que apenas a microcefalia.

TEC./SONORA: Patrícia Brasil, Chefe do Laboratório de Pesquisa Clínica em Doenças Febris Agudas do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas

“Neste estudo, tivemos alterações desde a mulher infectada no início da gravidez até aquelas infectadas nas últimas semanas de gestação. Nós tivemos só quatro microcefalias, sendo que duas foram proporcionais e duas desproporcionais. Quando eu falo proporcional, é que o bebê era todo pequenininho, ele era pequeno para a idade gestacional. Significa que ele tinha a cabeça pequenininha, mas ele tinha um corpo pequenininho também. Não era como aquele microcefálico que só tem a cabeça pequenininha.”

LOC.: Segundo Patrícia Brasil, um bebê aparentemente normal pode apresentar alguma anormalidade não detectada em exames usuais de rotina, o que exige uma atenção ainda maior desde o nascimento.

TEC./SONORA: Patrícia Brasil, Chefe do Laboratório de Pesquisa Clínica em Doenças Febris Agudas do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas

“Nós fizemos exames de imagem do cérebro da criança e vimos alterações em bebês que aparentemente eram normais. Isto é só para deixar um alerta importante que, a mulher que se infectou durante a gestação ela deve ter um acompanhamento interdisciplinar. Esta criança tem que ser rastreada, tem que ser acompanhada desde o nascimento, porque quanto mais cedo forem diagnosticadas estas alterações, maior a chance de que alguma intervenção possa ser feita.”

LOC.: Os bebês que participaram do estudo vão ser acompanhados até pelo menos dois anos de idade. É importante lembrar que combater o mosquito transmissor da Zika, significa proteger a saúde de quem ainda vai nascer.

Para saber mais sobre as doenças e formas de combater a Dengue, Zika e Chikungunya, acesse o site: saude.gov.br/combateaedes.



 

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