REFUGIADOS: Cerca de 65,6 milhões de pessoas foram forçadas a se deslocar em 2016

Os dados significam que, em média, 1 em cada 113 pessoas em todo mundo foi forçada a se deslocar

 

SalvarSalvar imagem
SalvarSalvar imagem

LOC.: O deslocamento forçado, causado por guerras, violência e perseguições, atingiu, em 2016, o número mais alto já registrado, segundo relatório divulgado pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados. De acordo com o levantamento chamado "Tendências Globais", no final de 2016 havia cerca de 65,6 milhões de pessoas que foram forçadas a deixar seus locais de origem por diferentes tipos de conflitos. Os dados superam os números de 2015 e registram um aumento de mais de 300 mil pessoas. Isto significa que, em média, 1 em cada 113 pessoas em todo mundo foi forçada a se deslocar, uma população maior que o Reino Unido, que é o 21º país mais populoso do mundo.
 
De acordo com o coordenador do Observatório das Migrações Internacionais, Leonardo Cavalcanti da Silva, este cenário atual lembra a situação que ocorreu após a Segunda Guerra Mundial.
 
TEC./SONORA: Leonardo Cavalcanti da Silva, coordenador do Observatório das Migrações Internacionais.
 
"Estamos vivendo um processo muito parecido ao que foi logo depois da Segunda Guerra Mundial. Tinham muitas pessoas que se deslocavam por motivos de conflitos, conflitos armados, mas também perseguição política, perseguição sexual, religiosa. Então a gente está vivendo uma linha divisória. A gente tem que pensar que e entre a civilização e a barbárie, no sentido de que, ou a gente pensa em um plano coletivo de acolhimento dessas pessoas, que estão se deslocando no mundo, ou vai ficar uma situação muito difícil."
 
LOC.: Segundo o relatório, o conflito na Síria continua fazendo com que o país seja o local de origem da maior parte dos refugiados, ou seja, 5,5 milhões de pessoas. Porém, no ano passado, um novo elemento de destaque foi o Sudão do Sul, com 1,87 milhão de refugiados. Outro dado que foi apontado pelo levantamento é relacionado ao deslocamento de pessoas dentro de seus próprios países, que ao final de 2016 totalizou 40,3 milhões em comparação aos 40,8 milhões no ano anterior.
 
Síria, Iraque e o ainda expressivo deslocamento dentro da Colômbia foram as situações de maior deslocamento interno. Em todo o mundo, a maior parte dos refugiados, ou seja, 84%, encontra-se em países de renda média ou baixa, sendo que um a cada três foi acolhido nos países menos desenvolvidos do mundo. As crianças representam a metade dos refugiados de todo o mundo. Tragicamente, 75 mil solicitações de refúgio foram feitas por crianças que viajavam sozinhas ou separadas de seus pais.
 
Reportagem, Cintia Moreira
 
 

 

 

 

Receba nossos conteúdos em primeira mão.