LOC.: Pouco depois de ter início a sessão no plenário do Senado Federal para votar a reforma Trabalhista, na manhã dessa terça-feira (11), senadoras da oposição ocuparam a mesa diretora na tentativa de barrar o andamento dos trabalhos. O presidente da Casa, Eunício Oliveira, decidiu desligar as luzes e os microfones ao ser impedido de sentar à mesa e a sessão foi interrompida. Houve protestos do lado de fora do Congresso Nacional e manifestantes foram impedidos de entrar no plenário do Senado. De acordo com a senadora Gleisi Hoffman, do PT do Paraná, uma das mulheres que ocuparam a mesa, a atitude por parte das senadoras é legítima e democrática.
TEC. /SONORA: senadora Gleisi Hoffmann (PT - PR)
"Nós queremos que o Senado da República exerça seu papel de câmara revisora, de local onde se faz a revisão das votações da Câmara, e que possamos fazer o debate das emendas e aprová-las. Qual o problema do projeto voltar de novo para a Câmara?"
LOC.: O senador do PMDB do Pará Jader Barbalho foi eleito para conduzir a negociação com o grupo. Na opinião dele, é preciso respeitar a oposição ao atual Governo, mas que não pode haver gestos como esses das senadoras.
TEC./ SONORA: senador Jader Barbalho (PMDB - PA)
"Acho que a oposição tem que ter garantido todo seu espaço, todo seu instrumental, porque não existe democracia sem oposição. Agora eu não posso aceitar um gesto dessa natureza, que é um gesto ditatorial."
LOC.: O protesto foi feito pelas senadoras Gleisi Hoffmann (PT-PR), Fátima Bezerra (PT-RN), Ângela Portela (PT-ES), Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), Lídice de Mata (PSB-BA), Regina Sousa (PT-PI) e Kátia Abreu (PMDB-TO). As senadoras pedem que o texto seja revisado e que haja alterações nas emendas propostas, além da participação popular no debate do tema. Desde a interrupção da sessão, o presidente do Senado segue reunido com aliados e oposição para buscar alternativas para o impasse. Até as 17h dessa terça-feira, não havia previsão de retorno dos trabalhos.
Reportagem, Jalila Arabi.