Professor amapaense estimula aprendizado de geografia por meio da tecnologia

SalvarSalvar imagem
SalvarSalvar imagem

Por Sara Rodrigues

Ao lecionar em salas de aula para estudantes do ensino superior, o professor de geografia André Luiz Camilo se deparou com lacunas apresentadas pelos alunos em relação a conteúdos que deveriam ter sido aprendidos ainda na Educação Básica. Com o objetivo de melhorar a qualidade de ensino para os estudantes no Amapá, ele decidiu criar novos métodos de aprendizagem.

Como professor da escola SESI Visconde de Mauá, em Macapá, ele organizou um plano de ensino no qual os estudantes se envolveriam na geotecnologia. Ele decidiu fugir da rotina das aulas com apresentações de slides, e leitura dos livros didáticos e levar os alunos para o laboratório.

ÁUDIO: Acesse a versão desta matéria para emissoras de rádio

Nos computadores, eles começaram a aprender de forma mais profissional a mexer na ferramenta Google Earth, que está disponível não só em plataformas fixas, como também em aparelhos móveis. A plataforma possibilita que os usuários conheçam outras cidades e países, mesmo não estando fisicamente dentro delas.

André Luiz Camilo entende que, dessa forma, os estudantes conseguiram ter uma visão ampla de problemas urbanos, principalmente porque eles acompanharam “de perto” grandes metrópoles.

“Um dos nossos resultados positivos foi ver o espanto dos alunos em relação a alguns conceitos da geografia que, de certa forma, eram tão simples, mas quando trazidos no contexto textual eram difíceis de interpretar e entender. Como esses processos às vezes estão distantes dos nossos alunos, essa ferramenta vem aproximar um pouco essa realidade deles”, afirma o professor.

O estudante Bruno dos Santos, 17 anos, está concluindo o Ensino Médio e já tem diploma de técnico em informática pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI). Ele participou das aulas dinâmicas com o Google Earth e conta que teve experiências importantes para aprender mais e colocar em prática o que aprendia nos livros.

O estudante conta que sempre gostou de aprender coisas novas principalmente por unir teoria e prática “e isso foi novo porque não necessariamente eu vou precisar usar só para ver endereços e ver minha rua de casa. Quem sabe agora que eu sei um pouco, se eu me interessar mais lá na frente, eu posso trabalhar com isso”.

Projeto homenageado

A iniciativa do professor de geografia André Luiz Camilo teve um retorno tão positivo que recebeu uma homenagem no 3º Encontro Nacional do Sistema Estruturado de Ensino da Rede SESI, no final de novembro, na capital brasileira.

O projeto de geotecnologia estava entre 20 experiências de diferentes cidades do país que foram valorizados pelo Serviço Social da Indústria, porque para Sérgio Gotti, gerente-executivo de Educação do Departamento Nacional SESI, os professores da rede “têm um nível de formação que é superior ao nível de formação dos professores que atuam na rede pública, ou mesmo nas outras redes privadas. É um professor extremamente engajado que tem um uma qualidade de aproximação com o diretor da escola, e isso faz com que o professor tenha um trabalho diferenciado dentro da nossa rede”, afirma.

Com esse retorno, André Luiz estima que no próximo ano o projeto pode ter ainda mais sucesso, e ser útil não só para a escola e os alunos, mas para toda a comunidade rio-branquense. “A tendência é que saiam trabalhos de análise de ocupação, mobilidade urbana, questões de saúde pública. Trabalhos que sirvam, inclusive, para a secretaria municipal da cidade como trabalho de análise, como trabalho de análise para ser usado por esses órgãos. Até porque a gente, pelo menos no nosso estado, é muito carente desses estudos”, explica Camilo.

Receba nossos conteúdos em primeira mão.