O IPCA-15, Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo, que mede a prévia da inflação oficial, foi de 0,34% em outubro, ficando 0,23 ponto percentual acima da taxa de setembro, que foi de 0,11%.
O índice acumulado do ano ficou em 2,25%, menor valor acumulado do mês de outubro desde 2006, quando o indicador ficou em 2,22%. O IPCA-15 representa uma prévia mensal de dados do IBGE do dia 15 de cada mês, servindo como um ajuste da inflação.
Nos últimos 12 meses, o índice ficou em 2,71% acima dos 2,56% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores. No ano passado, o IPCA-15 havia sido de 0,19%. O índice deste mês de outubro foi influenciado, principalmente, pela alta de 5,36% nos combustíveis domésticos e de 1,29% nos combustíveis para veículos.
O economista e professor da Universidade de Brasília César Bergo explica que esse resultado do IPCA no comparativo do ano é positivo, por ser o menor dos últimos tempos. A parte negativa do resultado, segundo ele, é a alta no combustível, que acaba influenciando toda a cadeia produtiva.
“A questão de ter uma retomada na inflação é preocupante, o Banco Central vai ter que olhar sob a ótica monetária, mas isso mostra, também, que está havendo um aquecimento da economia, e isso é positivo.”
O gás de botijão subiu 5,72% e teve o maior impacto individual no índice, de 0,07 ponto percentual. O grupo de Transportes desacelerou em relação ao índice de setembro, influenciado ainda pela gasolina e passagem aérea, que passou de 21,30% para 7,35% em outubro. Nos demais grupos de produtos e serviços, se destacaram os artigos de residência, com queda de 0,13% no índice, puxados pelos eletrodomésticos. O grupo de alimentos recuou 0,15%. Os alimentos para consumo no domicílio ficaram, em média, 0,34% mais baratos, com destaque para alho, feijão-carioca, açúcar cristal e leite longa vida.
César Bergo alerta os consumidores sobre a melhor forma de economizar na hora de fazer as compras.
“O que vai precisar ser feito é o consumidor ficar mais atento em relação a pesquisar, porque, com a retomada desses aumentos, você vai ter muitas oportunidades com relação a tudo, a começar pelo combustível.”
O IPCA 15 foi calculado entre 14 de setembro e 11 de outubro e comparado com os dados vigentes entre 16 de agosto e 13 de setembro. O indicador refere-se às famílias com rendimento de um a 40 salários mínimos e abrange 11 regiões metropolitanas brasileiras. A metodologia utilizada é a mesma do IPCA, a diferença está no período de coleta dos preços e na abrangência geográfica. A pesquisa completa está disponível no site do IBGE.
Reportagem, Ana Clara Pessoa
