MONTES CLAROS (MG): O homem que driblou a hemofilia

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A história de vida de Kennedy Mendes, administrador de empresas aposentado, de 50 anos, se confunde com a do Hemocentro de Montes Claros, fundado em 1987. Kennedy foi o primeiro hemofílico a ser atendido na unidade. Depois de sofrer muito, ele finalmente teve, aos 11 anos de idade, o diagnóstico da doença, que impede a coagulação do sangue. Antes disso, viajava 480 quilômetros de ônibus até o Hospital Militar de Belo Horizonte, para passar por experimentos. Otimista, Kennedy conta que, naquela época, servia de cobaia para os médicos. Casado com a depiladora Juliana Cristina Alves, eles optaram por não ter filhos, para não correr o risco de transmitir a doença. O morador do Bairro José Carlos Vale de Lima vai ao Hemocentro de Montes Claros todos os dias para receber a injeção do componente do sangue. Ele explica como o tratamento é feito atualmente.

“Já engessaram minha perna, colocavam faixas com parafina quente, aí fazia era sangrar mais. Já tomei muita benzetacil. Nesse período, eu sempre voltava, estudava, formei em faculdade. Sempre fui uma pessoa que a família e os amigos sempre estiveram juntos. O hemofílico, ele não toma o sangue total, ele toma só o derivado do sangue. A hemofilia é uma doença hereditária e não tem cura. No meu caso é hemofilia B e tomo o fator nove. Hoje em dia os hemofílicos têm uma vida praticamente normal, porque, hoje em dia, a gente toma o fator preventivamente e não para remediar.”

A responsável pela captação e cadastro de doadores do Hemocentro de Montes Claros, Rosana Silva, conta que uma média de 80 bolsas é coletada, diariamente na unidade, com uma taxa de retorno dos doadores de 68%. De acordo com Rosana, de 25 a 30% dos doadores chegam em caravanas, vindas de outros municípios do estado.

“Isso dá uma média regular de algo de três a cinco mil doadores, que regularmente retornam ao nosso hemocentro, ou seja, pelo menos uma doação nos últimos 12 meses, em um quadro de mil a 1.200 doadores, que doam mais de uma vez por ano na nossa unidade. Nossa unidade é um pouco diferente em relação às outras, porque ela abrange a maior área geográfica do estado, as cidades ficam bem mais distantes. Nós recebemos receptores de lugares muito longínquos, até mesmo do Vale do Jequitinhonha, que estão em tratamento aqui em Montes Claros, porque a cidade é referência em saúde.”

Para doar sangue é preciso pesar mais de 50 quilos, estar bem de saúde e ter de 16 a 69 anos. Menores de 18 necessitam da autorização dos pais ou responsáveis. O Hemocentro Regional de Montes Claros está localizado na Rua Urbino Viana, número 640, Bairro Vila Guilhermina, próximo à Prefeitura Municipal da cidade. Funciona de segunda a sexta-feira, das sete da manhã até às cinco e meia da tarde. A doação pode ser agendada pelo telefone 155, opção 8. Repetindo: 155, opção 8. Para mais informações, acesse: saude.gov.br/doesangue.

 

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