Expectativa de vida dos amazonenses é de 71,9 anos

IBGE divulgou dados nesta sexta (1º) e mostrou que a média de vida da população brasileira também aumentou

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Por Jalila Arabi

A média de vida dos brasileiros agora é de 75,8 anos. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgados nessa sexta-feira (1º), mostram que houve um acréscimo de alguns meses de vida em comparação a 2014 – 75,2 anos. No estado do Amazonas, a expectativa de vida passou dos 71,4 anos em 2014 para 71,9 em 2016.

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O número de idosos também vem crescendo no estado. Em 2001, eram 102 mil pessoas com 60 anos ou mais. Em 2016, a média pulou para 308 mil pessoas nessa faixa etária – mais que o triplo registrado há 15 anos. Nesse critério, o Amazonas só perde para o Pará dentro dos estados do Norte – são 799 mil paraenses a partir dos 60 anos.Número de idosos vem crescendo no País e em estados como o Amazonas

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Em contrapartida, o número nacional de crianças até nove anos caiu, segundo o IBGE. A queda foi de 4,7% de 2012 para 2016 – enquanto a taxa de idosos cresceu 16% nesse mesmo período no País. A preocupação, segundo especialistas, é que o crescimento dessa parcela da população cause problemas ao sistema previdenciário. Em 2014, a situação era a seguinte: 33 jovens economicamente ativos trabalhavam para pagar a aposentadoria de 21 idosos. A projeção é que em 2060 a conta passe a ser de 24 jovens para 63 idosos.

“À medida que o País for envelhecendo, a tendência é que a situação [da previdência] se torne calamitosa. Realmente, o Governo Federal vai ter muita dificuldade em fechar suas contas”, prevê o pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (IBRE – FGV) Bruno Ottoni. De acordo com dados do Tesouro Nacional, o déficit nacional com a previdência deve ultrapassar os R$ 181 bilhões em 2017.

Gastos com aposentadoria
Em 2014, a expectativa de vida das mulheres amazonenses era de 75 anos de idade, quase a mesma da média nacional no mesmo ano. Já os homens registraram média de 68,2 anos em 2014.

Bruno Ottoni afirma que os gastos com previdência no Brasil são altos. No estado amazonense, só com pagamento para aposentados foram gastos R$ 1,6 bilhão. “Nossa previdência hoje consome uma quantidade absurda de recursos do Governo e nós ainda somos um País jovem. A nossa transição demográfica será muito acelerada. O que a França fez em 100 anos, e alguns outros países europeus também fizeram em muitos anos em termos de transição demográfica ou velocidade de envelhecimento, nós faremos em 20 anos. Então, daqui a 20 ou 30 anos, o Brasil vai ser um país relativamente velho”, projeta o pesquisador.

Na França, a idade mínima para aposentadoria é de 65 anos para ambos os sexos, assim como no México e no Japão. No Brasil, não existe esse critério. E é isso que a reforma da Previdência quer propor. Para os homens, a idade para aposentadoria seria de 65 anos. Para as mulheres, 62.

“A reforma da previdência não é só necessária, ela é fundamental para o equilíbrio das contas públicas”, afirma o economista e professor da Universidade de Brasília (UnB) César Bergo. A reforma está prevista para ser votada ainda neste ano pelo Congresso Nacional e precisa de 308 votos favoráveis para ser aprovada.

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