Data de publicação: 22 de Março de 2016, 18:53h, Atualizado em: 17 de Julho de 2020, 18:31h
REPÓRTER: Mais de 104 mil vagas formais de trabalho foram fechadas durante o mês de fevereiro, em todo o Brasil. Os números divulgados, nesta terça-feira, pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados, o Caged, do Ministério do Trabalho apontam que mais de 204 mil pessoas perderam o emprego durante os dois primeiros meses do ano. O resultado em fevereiro foi o pior para o mês, desde 1992. De acordo com o economista Fernando Aquino, conselheiro do Cofecon, o Conselho Federal de Economia, o número de vagas de trabalho fechadas em fevereiro foi muito maior do que número previsto pelo mercado. Para ele, a atual crise política foi fundamental para o péssimo resultado do mercado de trabalho em fevereiro.
SONORA: Fernando Aquino, economista, conselheiro do Cofecon
“O resultado para fevereiro foi bem acima do esperado. O mercado esperava algo em torno de 40 mil e 600 e foi 104 mil e 600. Então, mostra que a crise está bastante aguda no mercado de trabalho, principalmente nos últimos meses. Então a crise política tem gerado muita insegurança nos agentes econômicos. “
REPÓRTER: O comércio foi o setor que mais perdeu postos de trabalho. Ao todo, 55 mil 520 vagas foram extintas. O setor respondeu por pouco mais da metade dos postos perdidos em todo o país. A indústria também foi bastante afetada, mais de 26 mil vagas de trabalho foram eliminadas em fevereiro. Para Fernando Aquino, a expectativa do mercado para os próximos meses continua ruim. Segundo ele, o mercado de trabalho só deve voltar a gerar empregos quando a crise política, pela qual o país passa, for solucionada.
SONORA: Fernando Aquino, economista, conselheiro do Cofecon
“A gente precisa definir quem fica. Porque definindo o governante para os próximos anos, até 2018, a tendência é haver um apoio parlamentar maior. E esse governante conseguir uma maioria parlamentar para passar os projetos, as pessoas passam a ter mais tranqüilidade, a saberem como vai ser a política econômica, o governo passa a governar de fato e as pessoas vão começar a voltar a consumir e a investir e o emprego vai começar a ser gerado e a crise vai começar a ser superada.”
REPÓRTER: De acordo com os números do Ministério do Trabalho, durante o ano de 2015, a retração da economia provocou o fechamento de pouco mais de 1,5 milhão de vagais formais de emprego. O pior da história. Neste ano, a expectativa é de que o mercado de trabalho siga encolhendo.
Reportagem, João Paulo Machado
