VIOLÊNCIA: Unicef prevê 42 mil assassinatos de jovens até 2019, no país

Balanço da Unicef mostra que mesmo com o ECA assassinatos de jovens por ano mais que dobrou de 1990 a 2013

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REPÓRTER: O Estatuto da Criança e do Adolescente completou na última segunda-feira 25 anos. A legislação que protege os direitos das crianças permitiu o país avançar na área da saúde, educação e no combate ao trabalho infantil. Os avanços do ECA foram apontados por um balanço realizado pelo Fundo das Nações Unidas para Infância, a Unicef. Mas, o país ainda tem difíceis metas a cumprir para garantir as crianças e aos adolescentes melhores condições de vida. Dados apresentados pela Unicef revelam que, o número de homicídios entre os jovens vem crescendo a cada ano. Em 1990, o país registrou cinco mil assassinatos de jovens e, em 2013 foram 10 mil e 500 casos. Para o coordenador do Núcleo de Estudos sobre Criminalidade e Violência da Universidade Federal de Goiás, Djaci Oliveira, a sociedade precisa mudar os valores e promover melhor distribuição de renda entre a população para diminuir a violência entre os jovens.
 
SONORA:coordenador do Núcleo de Estudos sobre Criminalidade e Violência da UFG, Djaci Oliveira
 
“É preciso que você mude na prática os valores na sociedade e isso pode levar muito tempo até que você garanta primeiro: uma distribuição igualitária dos recursos para todas as pessoas independente da cor, da origem e, segundo fazer com o quê a sociedade mude sua relação.”
 
REPÓRTER: Ainda de acordo com a Unicef, 28 crianças e adolescentes são assassinados por dia no Brasil. Se, as condições atuais foram mantidas, o país pode registrar 42 mil assassinatos de jovens até 2019. Djaci Oliveira acredita que, a educação deve ser ampliada entre as populações mais pobres como forma de combate a violência.   
 
SONORA:coordenador do Núcleo de Estudos sobre Criminalidade e Violência da UFG, Djaci Oliveira
 
“Se quisermos uma sociedade melhor, a gente vai ter que achar caminhos para garantir que essas crianças tenham acesso à educação que é o primeiro dado. O segundo é o acesso à renda. Assegurar que essas crianças possam ao crescer, ter acesso ao mercado de trabalho, que possam ter uma remuneração básica, mínima que garanta a sua sobrevivência.”
 
REPÓRTER: De acordo com o balanço apresentado pela Unicef, as principais vítimas da violência no Brasil são os jovens negros, do sexo masculino, pobres e que vivem nas periferias das grandes cidades. Em comparação com os assassinatos de jovens brancos, a quantidade de jovens negros mortos pela violência é quatro vezes maior. A Unicef ainda classificou que, o fato de ser homem multiplica em quase 12 vezes o risco de uma criança ou adolescente ser assassinado no país.

Reportagem, Cristiano Carlos

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