TRABALHO: Justiça no Pará faz levantamento sobre trabalho infantil

A Justiça do Trabalho no Pará e Amapá, o Tribunal de Justiça do Pará e 70 organizações do estado mobilizam atividades e alertam a população sobre o trabalho infantil.

SalvarSalvar imagem
SalvarSalvar imagem

Tempo de áudio –

 
LOC/REPÓRTER: Maria Alice, nome fictício da personagem, aos 12 anos, foi levada para a casa da patroa onde a mãe trabalhava no interior do Pará com a promessa de ganhar um salário mínimo e ainda poder estudar. Maria Alice descobriu na prática que tudo não passou de promessa.
 
TEC/SONORA: Maria Alice.
 
“Eu ficava até uma hora lavando roupa, e ela disse que ia me pagar um salário e ia me ajudar nos estudos, mas foi tudo ao contrário.”
 
LOC/REPÓRTER:  A Justiça do Trabalho no Pará e Amapá, o Tribunal de Justiça do Pará e 70 organizações do estado mobilizam atividades e alertam a população sobre o trabalho infantil. A campanha “Cartão Vermelho ao Trabalho Infantil” tem como objetivo erradicar os casos existentes no Pará. Segundo Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios, o PNAD, o Estado ainda conta com cerca de 198 mil crianças vítimas do trabalho infantil. Sob a coordenação das Juízas do Trabalho Titulares da 5ª e 2ª Varas do Trabalho de Belém, Zuíla Dutra e Vanilza Malcher, teve início nesta semana o levantamento dos questionários aplicados junto aos alunos das escolas públicas estaduais e municipais, em especial do Município de Belém. As escolas receberam a visita de uma equipe coordenada pela juíza Maria Zuíla, a ideia é expulsar da região todo o trabalho infantil, como ressalta a juíza.
 
TEC/SONORA: Juíza Maria Zuíla Lima Dutra
 
“Nós temos visitando muitas escolas, por exemplo, e quando mostramos a uma criança o cartão vermelho, ele sabe o que significa, é expulsão, e é isso que nós queremos expulsar da nossa região o trabalho infantil, porque nós convivemos com um número muito elevado do trabalho infantil.”
 
LOC/REPÓRTER:  A primeira fase de mobilização contra o trabalho infantil teve como ponto principal a realização da “Marcha de Belém contra o Trabalho Infantil”, ocorrida no dia 01 de março, onde mais de 20 mil pessoas participaram da mobilização em torno de uma causa. Segundo dados da Organização Internacional do Trabalho, em todo o Brasil, mais de 3 milhões de crianças entre 5 e 17 anos trabalham. Crianças têm suas infâncias amputadas, como ressalta a juíza Maria Zuíla Lima.
 
TEC/SONORA: Juíza Maria Zuíla Lima Dutra.
 
“Elas têm suas infâncias amputadas, não têm condições de desenvolver plenamente suas potencialidades, porque isso só ocorre quando a criança tem suas atividades prioritárias, que são estudar, brincar, conviver com seus familiares, com os amigos. Então não pode ser suprimida essa fase da vida, porque compromete toda a vida da pessoa”.
 
LOC/REPÓRTER: A campanha conta com mais de 90 parceiros, entre eles o Governo do Estado, OAB–Pará, Prefeitura de Belém, Universidade Federal do Pará, Faculdade Maurício de Nassau, UNICEF, entre outros. Além do apoio do Tribunal de Justiça do Pará a campanha conta também com a parceria do Conselho Superior da Justiça do Trabalho.
 
Com informações do TRT da 8ª Região, reportagem, Storni Jr. 
 
 

Receba nossos conteúdos em primeira mão.