RIO DE JANEIRO: Crise afeta aposentados e estrutura de segurança para Olimpíadas

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REPÓRTER: A crise financeira que o Rio de Janeiro enfrenta está causando transtornos para população. Cerca de 137 mil aposentados e pensionistas que ganham mais de dois mil reais deveriam receber os salários nesta quinta-feira, mas isso não deve ocorrer. De acordo com o governo do estado, o dinheiro deve ser depositado nas contas dos aposentados apenas no dia 12 de maio. Além disso, a falta de investimentos do governo Federal pode comprometer o trabalho das forças de segurança, como a Polícia Federal, durante os jogos Olímpicos. Há pouco mais de três meses para a abertura dos jogos, delegados, agentes e profissionais da Polícia Federal estão trabalhando em um prédio antigo que era usado pelo governo militar, na época da ditadura, e que não passou por reformas estruturais até hoje. O local vai servir de base para receber policiais de todo mundo, como agentes da Interpol, durante as Olimpíadas. O diretor Regional da Associação dos Delegados de Polícia Federal do Rio de Janeiro, Erick Blatt, lamenta a falta de investimentos do governo Federal na estrutura da PF e revela que o dinheiro disponibilizado para corporação é pouco.  
 
SONORA: diretor Regional ADPF-RJ, Erick Blatt
 
“Infelizmente, a gente nunca teve dinheiro para reformar aquele prédio. Então, a gente está tentando, a gente dá um jeito aqui, dá um jeito ali. A gente, agora, está recebendo muitos policiais de delegações estrangeiras, mas assim, a nossa verba é muito pequena”.
 
REPÓRTER: No Rio de Janeiro, por exemplo, a Polícia Federal atua em várias frentes de combate ao crime como tráfico de drogas, crimes cibernéticos, pedofilia, crimes ambientais e corrupção, entre outras. Durante as Olimpíadas, os agentes também vão atuar no controle de entrada e saída de turistas nos aeroportos, portos e rodovias. Só para lembrar, a Polícia Federal é subordinada ao ministério da Justiça, que é o responsável em definir os investimentos na corporação. De acordo com o portal da Transparência do governo Federal, o último investimento do ministério da Justiça em reformas estruturais na Superintendência da Polícia Federal do Rio de Janeiro foi em 2013. O diretor Regional da ADPF fluminense, Erick Blatt, explica que o ministério tem prática de cortar e de limitar no mínimo os recursos da PF.  
 
SONORA: diretor Regional ADPF-RJ, Erick Blatt
 
“A gente tem cortes orçamentários progressivos, a gente tem o contingenciamento dessa verba junto ao poder Executivo. Então, o que a gente precisa é poder não ficar as intempéries do governo. A gente precisa poder trabalhar com uma certa tranquilidade para que a gente possa fazer planos de médio, curto e longo prazo. Atualmente, a gente não consegue fazer isso”.   
 
REPÓRTER: Na Câmara dos Deputados tramita um Projeto de Emenda Constitucional, a PEC 412, que prevê a autonomia financeira e administrativa da Polícia Federal. Se aprovada, a PEC vai garantir que a própria PF invista seus recursos nas áreas com mais necessidades, sem que haja interferências políticas na aplicação do dinheiro. Na internet, uma campanha em favor da aprovação da PEC 412 já colheu cerca de 400 mil assinaturas da população do país no endereço adpf.org.br
 
Com a colaboração de Cristiano Carlos, reportagem, João Paulo Machado 

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