PESQUISA E INOVAÇÃO: Pele da tilápia é eficiente no tratamento de queimaduras, afirma especialista

As queimaduras de segundo grau superficiais, por exemplo, levam em média 11 dias para cicatrizarem. Já com a pele do peixe, esse tempo reduz para cerca de um dia e meio.

SalvarSalvar imagem
SalvarSalvar imagem

LOC.: Além de ter uma carne saborosa e rica em proteínas, médicos brasileiros descobriram que a tilápia - um peixe de água doce e de rápida reprodução – pode ajudar no tratamento de queimaduras de segundo e terceiro grau. De acordo com os pesquisadores, a pele desse animal, quando aplicada sobre os ferimentos, reduz o tempo de cicatrização.

O cirurgião plástico do Instituto de Apoio ao Queimado, de Fortaleza, Edmar Maciel, um dos médicos envolvidos na pesquisa sobre esse método, garante que o procedimento é mais eficaz do que outros utilizados fora do país.

TEC./SONORA: Edmar Maciel, médico cirurgião

“Nós fizemos um estudo comparando a pele da tilápia com a pele humana e também com a pele de outros animais que se usa lá fora, como a pele de porco e a pele de rã. Além de a pele da tilápia ter muito mais quantidade de colágeno tipo 1, que é uma proteína importantíssima na cicatrização, também tem uma boa umidade, se assemelhando em muito com a pele humana. Além de que, o risco de transmissão de doenças do animais aquáticos é muito menor do que dos animais terrestres.”

LOC.: Segundo o instituto, as queimaduras de segundo grau superficiais, por exemplo, levam em média 11 dias para cicatrizarem. Já com a pele do peixe, esse tempo reduz para cerca de um dia e meio.
Ainda de acordo com os pesquisadores, atualmente, no Brasil, as queimaduras locais são tratadas com a pomada sulfadiazina de prata, método que não é utilizado por outros países há muitos anos. Edmar Maciel explica como é feito o procedimento com a pele da tilápia.

TEC./SONORA: Edmar Maciel, médico cirurgião

“A área queimada é lavada, a pele é colocada sobre a área queimada e depois são colocados gazes e atadura, para que essa pele fique bem aderida ao leito da ferida. Aí o paciente deve ficar com a área imobilizada, para que a pele possa ter essa função de aderir e bloquear a área queimada.”

LOC.: Edmar Maciel informou ainda que essa é a primeira vez que o Brasil tem uma pele animal no tratamento das queimaduras. Além disso, é a primeira pele de animal aquático do mundo utilizada com esse objetivo. Os testes já estão em fase final e as pesquisas devem ser concluídas no início de 2018.

Reportagem, Marquezan Araújo
 

Receba nossos conteúdos em primeira mão.