PARÁ: Justiça ajuda no combate à violência contra a mulher

Segundo dados do Núcleo de Enfrentamento à Violência Conta a Mulher, do Ministério Público do Pará, de janeiro a dezembro deste ano, mais de 10 mil processos foram abertos, com mais de cem prisões efetuadas.

SalvarSalvar imagem
SalvarSalvar imagem

Tempo de áudio – 2min47seg

LOC/REPÓRTER: A dona de casa Maria de Nazaré, nome fictício de nossa personagem, tem 40 anos de idade. Ela faz parte de um grande número de mulheres que são vitimas diariamente de violência cometida por maridos, namorados e até ex- namorados.

TEC/SONORA: Dona de casa Maria de Nazaré.

"Ele chegou bêbado e quis comida, eu pus a comida no prato pra ele e ai ele; não quero essa porcaria, jogou no chão, ai ele me deu um tapa no rosto e quebrou meus dentes".

LOC/REPÓRTER: Segundo dados do Núcleo de Enfrentamento à Violência Conta a Mulher, do Ministério Público do Pará, de janeiro a dezembro deste ano, mais de dez mil processos foram abertos, com mais de cem prisões efetuadas. O número de medidas protetivas em favor das vitimas passam de duas mil. A Diretora da Divisão Especializada no Atendimento à Mulher, delegada Alessandra Jorge, ressalta que a decretação das medidas protetivas garante o afastamento do agressor.

TEC/SONORA:Delegada de Policia Alessandra Jorge.

"A decretação das medidas protetivas garante o afastamento do agressor e em caso de descumprimento essa mulher denuncia novamente e é decretada a prisão preventiva. Ocorre que muitas mulheres fazem uma ocorrência, faz a primeira, faz a segunda, a terceira, não levam nenhuma a frente e acabem esperando que aconteça o pior, de forma que não dá mais pra remediar."

LOC/REPÓRTER: Neste ano, a Lei Maria da Penha completou oito anos de existência. Segundo dados da Secretaria Nacional de Política para Mulheres, a cada quatro minutos uma mulher é vitima de violência no Brasil. A lei não acabou com a violência doméstica, mas garantiu várias conquistas importantes para a mulher. Os serviços de proteção foram ampliados em todo o país. A juíza auxiliar da Coordenadoria Estadual de Combate à Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher, Rubilene Silva do Rosário, ressalta que a lei também veio para forçar uma mudança de comportamento.

TEC/SONORA: Juíza Rubilene Silva do Rosário

"Ela veio justamente para fazer com que houvesse essa mudança de valor, essa mudança de comportamento, com relação a violência no âmbito familiar. Então ela veio para nos educar, o judiciário só, ele não tem como mudar essa historia, mas de mãos dadas com os demais poderes da sociedade civil a gente pode fazer uma grande diferença na forma como a gente está escrevendo isso a partir da lei Maria da penha."

LOC/REPÓRTER: Em Belém, o Poder Judiciário do Pará tem três Varas de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher e três Varas no interior estado: Santarém, Marabá e Altamira. As denúncias de casos de violência doméstica devem ser feitas na Central de Atendimento à Mulher, o Ligue 180. O canal funciona de segunda a domingo, 24 horas por dia, inclusive nos feriados.

Reportagem, Storni Jr.

Receba nossos conteúdos em primeira mão.