Luta de 36 minutos que deve movimentar mais de R$ 1 bilhão demonstra alta lucratividade da indústria esportiva

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Se o país e a população brasileira passam por um momento crítico quando o assunto é economia, um setor específico multiplica o lucro ano após ano. A indústria do esporte é tão rentável no Brasil que movimenta cerca de 67 bilhões de reais, o equivalente a 1,6% do PIB nacional, de acordo com dados da Pluri Consultoria. Entre ingressos, produtos licenciados e arenas multiuso, dois fatores foram responsáveis por ampliar o alcance desse mercado: a televisão e os patrocinadores. É o que aponta o consultor e professor de marketing e gestão esportiva João Henrique Areias. O especialista explica que no Brasil a iniciativa privada entrou de vez no segmento esportivo a partir de 1987, com a realização da Copa União de futebol.

“Isso explica o dinheiro que passou a entrar nesse mercado, com a entrada da televisão principalmente, que foi muito grande. A partir daí, os valores de salários, tudo aumentou muito. Então isso aí foi o primeiro boom, a primeira bolha. Só que é uma bolha ainda não estourou, a bolha continua crescendo”.

Para quem imagina que só o futebol movimenta quantias astronômicas, os fãs de esportes de combate provam que o mercado mundial se popularizou também em outras modalidades. O jornalista Lucas Magalhães, 25 anos, é um apaixonado pelas artes marciais e já foi a várias arenas para acompanhar eventos do UFC. Ele afirma que alguns preços são abusivos, mas ainda assim faz coleção de alguns itens como pôsteres e camisas.

“Eu tenho pay-per-view desde 2011, quando o Anderson Silva lutou com o Vitor Belfort. Compro camisa, compro artigo, tenho livro do UFC. E cada evento que eu vou assistir ao vivo, eu compro pelo menos uma camisa do evento. Tenho também uma coleção aqui de alguns pôsteres. O ingresso mais caro que eu paguei foi no UFC 134, Anderson Silva e Yushin Okami, eu paguei 500 reais no ingresso”.

Para se ter ideia da grandeza dessa indústria, uma luta marcada para este sábado (26), nos Estados Unidos, deve pagar os maiores salários da história dos esportes de combate. O americano Floyd Mayweather e o irlandês Conor McGregor faturarão em, no máximo 36 minutos, mais de 1 bilhão de reais. Os valores são tão surreais que poderiam pagar mais de 11 anos do salário de Neymar, jogador mais bem pago da Europa e que recebe 110 milhões de reais por temporada.

Reportagem, Tácido Rodrigues

 

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