LAVA JATO: Operação prende operador em Portugal. Ministro da Justiça deve trocar Diretor da PF

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REPÓRTER: A Lava Jato deflagrou a vigésima quinta fase da operação, nesta segunda-feira, e a primeira no exterior. Mandados de busca e apreensão foram cumpridos em Portugal que culminaram na prisão preventiva de Raul Schmidt Felippe Júnior. O operador foi preso em uma casa que vale mais de 12 milhões de Reais, em Lisboa. Raul Schmidt Júnior é investigado por supostamente ter pago propina para os ex-diretores da Petrobras Renato Duque, Jorge Zelada e Nestor Cerveró, que estão presos pela Lava Jato. Nos bastidores do governo, crescem os rumores de possível interferência do ministro da Justiça, Eugênio Aragão, no comando da Polícia Federal. O ministro deve trocar o Diretor Geral da PF, Leandro Daiello, em até 30 dias. A mudança no comando da PF é uma retaliação do governo às conversas telefônicas gravadas do ex-presidente Lula e divulgadas pela Justiça Federal. Em um trecho dos áudios, Lula pede ao ex-ministro da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência, Paulo Vannuchi, que pressione o “amigo” ministro da Justiça, Eugênio Aragão, para interferir no trabalho da Polícia Federal. Para o presidente da Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal, Doutor Carlos Eduardo Sobral, a interferência do ministro da Justiça demonstra o quanto a Polícia Federal é desprotegida de atos políticos. Ele lembra ainda, que a Proposta de Emenda Constitucional 412, que prevê autonomia da PF, transformará o cargo de Diretor Geral da corporação em eletivo e com mandato fixo.
 
SONORA: presidente da ADPF, Doutor Carlos Eduardo Sobral
 
“A informação de que o diretor Geral da Polícia Federal pode ser trocado a qualquer tempo, em razão ao descontentamento do governo, demonstra a fragilidade e a falta de autonomia da instituição. O delegado Geral da Polícia Federal deve ter mandato fixo previsto em Lei para que a Polícia Federal não sofra qualquer tipo de interferência em razão de sua atuação republicana, isenta e parcial.”
 
REPÓRTER: A PEC da autonomia da Polícia Federal está parada na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados desde 2009, aguardando para ser votada pelos parlamentares. O presidente da ADPF, Carlos Eduardo Sobral, ressalta que os delegados da PF estão confiantes na aprovação da PEC.  
 
SONORA: presidente da ADPF, Doutor Carlos Eduardo Sobral
 
“Ressaltamos a confiança que temos nas instituições democráticas do Brasil. Na Polícia Federal, no Ministério Público, na Justiça e reafirmamos a necessidade de termos nossa autonomia funcional, administrativa e orçamentária prevista na Constituição.”
 
REPÓRTER: Uma campanha nacional de mobilização está sendo realizada pelos delegados em todos os estados. Uma carta do povo brasileiro a favor da autonomia da Polícia Federal está disponível na internet para a população assinar e também apoiar a autonomia. A meta é que, dois milhões de assinaturas sejam colhidas para serem entregues aos deputados e senadores. Para ter acesso a carta em favor da autonomia da Polícia Federal acesse adpf.org.br
 

 

Reportagem, Cristiano Carlos

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