LAVA JATO: Cassação de Delcídio depende de votação no plenário do Senado

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REPÓRTER: A cassação do senador Delcídio do Amaral, ex-líder do governo Dilma Rousseff, depende agora do plenário do Senado. Nesta segunda-feira, a Comissão de Constituição e Justiça deu aval para os senadores votarem em plenário o parecer do conselho de Ética que pede a cassação do senador e delator na Justiça envolvido na Operação Lava-Jato. Delcídio é acusado por quebra de decoro parlamentar e por obstruir as investigações da Lava-Jato. Delcídio foi flagrado pelos delegados da Polícia Federal em novembro do ano passado oferecendo fuga para ex-diretor da Petrobras, Nestor Cerveró, preso na operação Lava Jato. O senador ficou 87 dias preso e fez acordo de delação premiada com a Justiça. Na delação, Delcídio do Amaral afirma que o ex-presidente Lula tinha conhecimento do esquema de corrupção na Petrobras e que a atual presidente Dilma Rousseff agiu para interferir nas investigações da Lava Jato. O ex-líder do governo no Senado, afirmou que Lula foi o mandante do pagamento de dinheiro para tentar comprar o silêncio de testemunhas da Lava Jato. Já a presidente Dilma, segundo relato de Delcídio, agiu para manter na Petrobras os diretores comprometidos com o esquema de corrupção na estatal. O senador garante que Dilma teve participação efetiva na nomeação de Nestor Cerveró para a diretoria da BR Distribuidora. A presidente também teria nomeado para o Superior Tribunal de Justiça um ministro que se comprometeu a votar pela soltura de empreiteiros já denunciados pela Lava Jato. Além disso, Delcídio do Amaral afirmou que a campanha presidencial de Dilma em 2010 foi feita através de uma das maiores operações de “caixa dois” realizada através do empresário Adir Assad. Delcídio do Amaral afirma ainda, por meio da delação, que a ex-ministra da Casa Civil, Erenice Guerra, teria sido a principal operadora de um desvio de 45 milhões de Reais das obras da usina hidrelétrica de Belo Monte para campanhas eleitorais do PT e PMDB. Além disso, Delcídio relatou que Erenice Guerra e os ex-ministros Silas Rondeau, do governo Lula, e Antonio Palloci, dos governos Lula e Dilma, teriam movimentado cerca de 25 bilhões de Reais e desviado 45 milhões dos cofres públicos para o PT e PMDB, em 2010 e 2014.
 

Reportagem, Cristiano Carlos

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