JUSTIÇA: Temer vai continuar escolher chefe da PGR por indicação dos promotores. Delegados da PF pretendem indicar Diretor-Geral

SalvarSalvar imagem
SalvarSalvar imagem

REPÓRTER: Em entrevista ao jornal Folha de São Paulo, publicada nesta segunda-feira, o novo ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, defendeu que o presidente interino, Michel Temer, fizesse ele mesmo a escolha do chefe da Procuradoria-Geral da União sem que obrigatoriamente seguisse a lista tríplice proposta pelos membros da carreira do Ministério Público. Por regra, a escolha do Procurardor-Geral da União é de competência do presidente da República. Porém, durante o governo do PT, os procuradores passaram a indicar, por meio de uma lista, três nomes para o presidente escolher um para ocupar o cargo. Tanto o ex-presidente Lula, quanto a presidente afastada, Dilma Rousseff, acataram e deram posse ao nome mais votado entre os promotores. Para a reportagem de a Folha de São Paulo, Moraes disse que o poder do Ministério Público é grande, mas não pode ser considerado absoluto. Diante da repercussão negativa da entrevista de Moraes entre os promotores, o presidente interino, Michel Temer, garantiu que a sugestão de Moraes não vai ser acatada por ele. Ou seja, Temer vai continuar a nomear o mais votado da lista tríplice dos promotores para o cargo de Procurador-Geral da União. O cargo é exercido atualmente pelo procurador Rodrigo Janot e seu mandato vai até setembro de 2017. A posição do ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, também repercutiu entre os delegados de Polícia Federal. É que, a Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal está realizando eleições para também apresentar ao presidente interino três nomes para o cargo de Diretor-Geral da instituição. Para o presidente da ADPF, Carlos Eduardo Sobral, a atitude do presidente interino, em manter a escolha do Procurador-Geral da União sob responsabilidade dos promotores é positiva. Ele espera que, Temer também reconheça a lista dos delegados para a escolha do novo Diretor-Geral da Polícia Federal.  
 
SONORA: presidente da ADPF, Carlos Eduardo Sobral
 
“A atitude do presidente interino, Michel Temer, em garantir que o novo Procurador-Geral da União continue a ser escolhido por meio da lista entregue pelos promotores é um sinal de que ele pretende manter a autonomia dos órgãos de Justiça no país. E, isso nos dá esperança de que o nosso Diretor-Geral também seja escolhido, por meio também de uma lista tríplice que estamos elegendo”.
 
REPÓRTER: A ADPF abriu inscrição para os delegados de Polícia Federal apresentar candidaturas para o cargo de Diretor-Geral da instituição. A eleição está marcada para o fim do mês e os três nomes mais votados serão entregues ao presidente interino, Michel Temer. A lista tríplice com nomes para ocupar o cargo de Diretor-Geral da Polícia Federal vai ser entregue no dia primeiro de junho, como explica o presidente da ADPF, Carlos Eduardo Sobral. 
 
SONORA: presidente da ADPF, Carlos Eduardo Sobral
 
“Haverá candidaturas. Então, os delegados interessados em ser diretor-geral apresentarão suas candidaturas. Eles passarão por sabatinas e debates entre os delegados, a votação será no dia 30 de maio, a divulgação do resultado no dia 31 de maio na sede da ADPF, em reunião do conselho de diretores da entidade e a entrega dos nomes, dos três delegados mais votados será feito no dia primeiro ao presidente Temer e ao ministro da Justiça, Alexandre de Moraes”.
 
REPÓRTER: Os delegados de Polícia Federal estão em campanha pela autonomia administrativa e orçamentária da instituição que está sendo discutida na Câmara dos Deputados. Entre as mudanças propostas pelos delegados é que, o cargo de Diretor-Geral seja eletivo e com mandato fixo, para impedir que o diretor seja trocado por interesses políticos do governo. Saiba mais na internet, no endereço pecdapf.adpf.org.br

Reportagem, Cristiano Carlos 

Receba nossos conteúdos em primeira mão.