EDUCAÇÃO: Falta de motivação prejudica qualidade de ensino, diz especialista

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REPÓRTER: Os primeiros anos da vida escolar são cercados por novidades e descobertas para os alunos. Aos poucos, os estudantes entendem o poder das palavras e começam a ler e escrever. Ir para a escola é divertido. Cada dia é uma novidade. Com o passar do tempo, no entanto, o que é alegria acaba por se tornar obrigação. Quando chegam ao ensino médio, muitos alunos encaram a escola como uma agonia, diz João Luiz que é diretor da Confederação Nacional dos Estabelecimentos de Ensino, Confenen. Segundo ele, é essencial que os alunos gostem de ir à escola, pois a falta de motivação prejudica a qualidade do ensino brasileiro.
 
SONORA: João Luiz Cesarino, diretor da Confenen
“Nós temos que ter qualidade de educação. Nós temos que ter alunos preparados para enfrentar dificuldades, sejam elas quais forem. Nós temos que projetar o nosso objetivo e o aluno tem que vencer esses obstáculos. E isso não pode se dar de maneira árdua, de maneira difícil, trabalhosa, complicada. Isso tem que ser um processo natural, um processo gostoso. O aluno tem que gostar, tem que querer ir à escola. É verdade que tudo aquilo que a gente gosta de fazer, a gente faz melhor.”
 
REPÓRTER: A preocupação de João Luiz Cesarino com a falta de incentivo durante o ensino médio se reflete em números. De acordo com o último Índice de Desenvolvimento da Educação Básica no Brasil, o Ideb, o ensino médio brasileiro ficou estagnado nos últimos anos e não atingiu a média estabelecida pelo Ministério da Educação. Para o diretor da Confenen, uma reforma no currículo é essencial para melhorar a qualidade do ensino. No entanto, esse não é o único fator que precisa ser repensado. Cesarino acredita na necessidade motivar, também, os professores. 
 
SONORA: João Luiz Cesarino, diretor da Confenen
“Nós temos que entender que essa questão dos professores... da vontade alguém, do objetivo de vida de lecionar... essa vocação... nós tivemos problemas em relação a essa questão. Então nós temos que voltar a motivar professores, porque eles vão motivar os alunos”.
 
REPÓRTER: O Ideb é um indicador geral da educação nas redes privada e pública, que calcula uma espécie de nota, levando em consideração o rendimento escolar do aluno e o desempenho em português e matemática. Segundo o levantamento, o país não atingiu a média de 4,3 estabelecida pelo Ministério da Educação e ficou estagnado em 3,7. O Ideb é a principal ferramenta para acompanhamento de metas de qualidade da Educação.
  
Reportagem, Bruna Goularte

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