EDUCAÇÃO: Faculdades não formam professores capacitados a lidar com deficiências, diz especialista

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REPÓRTER: As escolas de educação básica de todo o Brasil são obrigadas a matricular alunos com deficiência. É o que determina a Lei da Inclusão Plena, que entrou em vigor no começo deste ano e tem por objetivo assegurar e promover os direitos e as liberdades dos deficientes no Brasil. A legislação também é chamada de Estatuto da Pessoa com Deficiência e ainda gera discussões entre educadores no país.
 
Para Emiro Barbini, que é conselheiro da Confederação Nacional dos Estabelecimentos de Ensino, Confenen, é difícil as escolas conseguirem promover ensino de qualidade a todos os alunos com deficiência. Isso porque, diz Barbini, as instituições de ensino superior não formam profissionais capacitados para isso.  
 
SONORA: Emiro Barbini, conselheiro da Confenen
“As faculdades não formam professores para atender alunos com deficiência. Alguns casos realmente não vão ter condições de ser atendidos. Vão ser atendidos por força de lei, mas vão ser inócuos, porque, na realidade, a própria escola não vai ter condição. Ela é incompetente para lidar com aquele tipo de gravidade”.
 
REPÓRTER: Na avaliação de Emiro Barbini, o Estatuto da Pessoa com Deficiência também impacta diretamente a educação superior.  Ele acredita que, assim como as escolas de educação básica, as faculdades também não estão preparadas para receber alunos que demandam cuidados específicos.
 
SONORA: Emiro Barbini, conselheiro da Confenen
“Não há uma preparação dessas faculdades para receber esses tipos de deficências, em todos os graus. A lei não coloca os limites, a lei não determina, a lei não regulamenta nada. Ela simplesmente manda que se aceite o deficiente e acabou”.
 
REPÓRTER: A Confenen defende o princípio constitucional que estabelece ser dever do Estado brasileiro prover educação de qualidade para os alunos com deficiência.
 
Reportagem, Bruna Goularte

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